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Com o intuito de explorar algumas reflexões sobre o romance K. – relato de uma busca de Bernardo Kucinski (2011). Este texto apresenta, em um exercício de narrador presente, a relação entre dualidades: os dois narradores possíveis – o autor Kucinski e o pai K., a relação entre lembrar e esquecer, a relação entre memória e reminiscência e a movimentação cíclica entre luto e culpa, proporcionada pelo ciclo de vida e morte que perpassa a narração dos fatos e das ações em contextos de experiência da violência institucional. Tem-se como elemento principal a proposição de que o caráter autoritário da ditadura brasileira apresenta aspectos que permitem, em uma análise psicanalítica, localizar elementos narcísicos e relacionados com o Complexo de Édipo não resolvido e a transposição do recalcado para a esfera pública. Na construção da memória testemunhal, a trajetória vai desde o estudo da condição humana, passando pela construção do narrador e pela análise a partir dos estudos metapsicológicos de Sigmund Freud, objetivando lançar luzes sobre o movimento de lembrar a partir da vivência, da reminiscência, colocar a experiência sob o olhar da memória – coletiva, compartilhada, histórica – e, por fim, esquecer no campo íntimo sem apagar a inscrição dos efeitos dessa memória. K., ficção e autobiografia, oferece uma importante contribuição testemunhal aos fatos ocorridos durante a ditadura brasileira de 1964, ao mesmo tempo em que busca resolver as questões íntimas de uma família em uma busca sem fim.