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O pavor do desconhecido na Amazônia: os relatórios militares e os sobreviventes do fenômeno chupa-chupa
Localizada no nordeste do Pará, a Ilha de Colares teve sua história marcada em 1977, quando moradores relatavam ataques de misteriosas luzes, o que lhes causavam paralisia, tontura e palidez. Acreditava-se que os corpos luminosos sugavam o sangue das vítimas e o fenômeno ficou conhecido como “chupa-chupa”. Diante do pavor da população e dos registros de ocorrências em várias cidades, a Aeronáutica realizou a Operação Prato, uma missão militar para investigar o fenômeno. Com atenção às questões envolvendo memória e imaginário, este artigo desenvolve uma análise narrativa, atravessada por pesquisa documental e história oral, a partir de dois relatórios produzidos durante a operação, com destaque para os relatos dos moradores de Colares e para o papel da imprensa no fenômeno. Além disso, recorre-se aos testemunhos de dois sobreviventes, em entrevistas realizadas quatro décadas depois. Objetos inteligentemente dirigidos, monstro criado pela imprensa e a visita de extraterrestres são algumas das narrativas que despontam.