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A produção textual na esfera escolar: considerações sobre a “escrita como trabalho”
Este artigo se insere no contexto das pesquisas das ciências da linguagem sobre a produção textual e sua relação com a subjetividade/intersubjetividade. Considerando essa problemática, o objetivo é colocar em foco escritos de Fiad, Abaurre e Mayrink-Sabinson, discutindo sua atualização no discurso sobre a produção textual na escola brasileira – é discutida, especificamente, a noção de “escrita como trabalho” e suas relações com a concepção de “estilo” em dois documentos oficiais. O suporte teórico deste texto é a Análise Dialógica do Discurso, que parte de escritos do Círculo de Bakhtin e seus comentadores. Os resultados problematizam como o discurso escolar incorporou a noção de “reescrita/refacção/planejamento” do texto, assumindo a produção textual como um processo; no entanto, produziu-se um apagamento da noção de “estilo” desenvolvida por Possenti, que influenciou, no Brasil, as pesquisas que tomam a escrita como trabalho. Os resultados indiciam que valores ideológicos sobre a escrita que circulam na esfera escolar definem essa atualização das noções em pauta.