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No transcurso do século XX, Gilberto Freyre desenvolveu projetos políticos e teóricos que o alçaram à posição de um dos mais importantes intérpretes do Brasil. Seus argumentos, no entanto, já foram amplamente contestados. O mito da democracia racial, articulado sociologicamente por ele, foi transfigurado em ideologia nacional e precisou ser denunciado tanto por pesquisadores quanto por militantes. O ressurgimento do movimento negro, no final da década de 1970, é fortemente alinhado a essa denúncia. Figura incontornável nesse contexto, Lélia Gonzalez articulou a interseccionalidade de suas experiências na produção de um estudo pioneiro e revolucionário sobre o Brasil, contraposto, em grande parte, às falácias freyreanas. O objetivo deste artigo, então, é delinear os atravessamentos históricos, políticos e teóricos entre o autor e a autora a fim de aprofundar a compreensão de ambos e, sobretudo, mostrar uma visão contrária ao modelo lusotropical. Intérprete do Brasil Ladino-Amefricano, Lélia Gonzalez, com sua vida e obra, desmantelou o mito e nos restituiu a memória.