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SE VOCÊ ESTÁ PROCURANDO A PRISÃO, VOCÊ ENCONTROU A TERRA
Neste artigo apresento um conjunto de formulações, enunciadas ou acionadas ao longo dos quarenta e cinco anos de existência da Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro-BA, a respeito das relações entre o processo de expropriação de terras disparado pela construção da barragem de Sobradinho e a expansão das periferias de Juazeiro e Petrolina-PE. A formulação que tomo como guia desse conjunto e que utilizo como título deste artigo me foi formulada por Marina Rocha Braga, agente desse serviço pastoral. Foi ela quem chamou a minha atenção para essas relações dizendo que o estudo das periferias e prisões dessas cidades exige a compreensão do cativeiro da terra. Na primeira parte deste artigo eu trato desse encontro com Marina e de seus desdobramentos iniciais, enquanto na segunda parte procuro evidenciar como esse problema levantado por ela se adensa em outras formulações feitas por agentes pastorais e por companheiras/os de comunidades atingidas por grandes projetos energéticos, mas também como se conecta a formulações mais antigas que também compõem ou foram acionadas pelo mesmo trabalho pastoral. Na terceira e última parte eu apresento cinco exemplos que me foram expostos por Marina para explicar o que é o cativeiro, e em seguida, arriscando uma generalização, indico como eles fornecem elementos para pensar as periferias urbanas de Juazeiro e Petrolina como cativeiros por excelência, bem como para organizar os dados que venho reunindo sobre a expansão prisional e policial nessas duas cidades.