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Analisando esses elementos no poema “Mapa”, destrinçamos aspectos fundamentais do processo criativo de Murilo Mendes, evidenciando o poder de expressão da “bagunça transcendente” que, como ele mesmo dizia, promove em sua poesia. Palavras-chave: Murilo Mendes; Poemas (1930); errância; desarticulação; subjetividade. Abstract: This work discusses how dispersion and disarticulation characterizes Murilo Mendes’ poetry, operating as a constitutive aspect of the subjectivity in expression and the poetic forms of texts. The analysis approaches compositions from the book Poemas (1930), highlighting the strong sense of tension that dominates them, in the expression of the various lacerations that placate the lyrical subject. This form of expression is based on a convulsive lyricism, which manifests a me in a trance, in a constant and intense movement towards “outside itself”, discussed by Michel Collot in his theory; and this expression supposes a work with language and poetic form also based on convulsive movement, in a mimetic process called by Luiz Costa Lima “representation-effect”. Analyzing these elements in the poem “Mapa”, we highlight fundamental aspects of Murilo Mendes’ creative process, evidencing the power of expression of the “transcendent mess” that, as he himself says, promotes in his poetry. 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Uma bagunça transcendente: o primado da errância e da descontinuidade na poesia de Murilo Mendes / A Transcendent Mess: The Primacy of Dispersion and Descontinuity in the Poetry of Murilo Mendes
Resumo: Este trabalho discute como a dispersão e a desarticulação marcam a poesia de Murilo Mendes, fazendo-se aspecto constitutivo da subjetividade em expressão e da forma poética dos textos. A análise percorre composições do livro Poemas (1930), destacando o forte senso de tensão que nelas domina, na expressão dos dilaceramentos diversos que aplacam o sujeito lírico. Essa forma de expressão tem em sua base um lirismo convulso, que manifesta um eu em transe, num movimento constante e intenso para “fora de si”, conforme desvelado por Michel Collot em sua teoria; e essa expressão supõe um trabalho com a linguagem e a forma poética também pautado na movimentação convulsiva, em um processo mimético que Luiz Costa Lima denominou de “representação-efeito”. Analisando esses elementos no poema “Mapa”, destrinçamos aspectos fundamentais do processo criativo de Murilo Mendes, evidenciando o poder de expressão da “bagunça transcendente” que, como ele mesmo dizia, promove em sua poesia. Palavras-chave: Murilo Mendes; Poemas (1930); errância; desarticulação; subjetividade. Abstract: This work discusses how dispersion and disarticulation characterizes Murilo Mendes’ poetry, operating as a constitutive aspect of the subjectivity in expression and the poetic forms of texts. The analysis approaches compositions from the book Poemas (1930), highlighting the strong sense of tension that dominates them, in the expression of the various lacerations that placate the lyrical subject. This form of expression is based on a convulsive lyricism, which manifests a me in a trance, in a constant and intense movement towards “outside itself”, discussed by Michel Collot in his theory; and this expression supposes a work with language and poetic form also based on convulsive movement, in a mimetic process called by Luiz Costa Lima “representation-effect”. Analyzing these elements in the poem “Mapa”, we highlight fundamental aspects of Murilo Mendes’ creative process, evidencing the power of expression of the “transcendent mess” that, as he himself says, promotes in his poetry. Keywords: Murilo Mendes; Poemas (1930); dispersion; desarticulation; subjectivity.