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Neste artigo, reflito acerca dos agenciamentos não-monogâmicos através da história de Viviane, ativista da Rede de Relações Livres (RLi) de Porto Alegre. Viviane é uma das minhas principais interlocutoras de pesquisa e se define como puta, tendo a vida marcada por episódios intensos de paixão, tesão e sexo. Sua trajetória não-monogâmica tem início na adolescência e conforma momentos distintos de sua vida, como a “pegação” e a “putaria”, a militância nas relações livres e a experiência da maternidade. A partir do olhar cartográfico na antropologia, percorro trilhas em busca de seus agenciamentos, com o objetivo de ir além de perspectivas teóricas que identificam apenas assujeitamento nas experiências do gênero e da sexualidade. Defendo a ideia de que Viviane teve agenciamentos que consolidaram uma trajetória afetiva e sexual orgulhosamente impositiva, na qual manteve a condução de sua vida, apesar das adversidades, convivendo com as dores e as delícias de ser uma mulher puta.