{"title":"芭芭拉·卡辛和奥古斯托·德坎波斯的不可翻译、不可翻译和时间性","authors":"Alice S. Leal","doi":"10.5007/2176-8552.2022.e87024","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A publicação do Vocabulaire Européen des Philosophies : Le Dictionnaire des Intraduisibles (2004), coordenado por Barbara Cassin, causou uma reviravolta nos estudos da tradução por retomar a bête noire da “intraduzibilidade” – afinal, atualmente, dizer que tudo é sempre traduzível tornou-se um truísmo. Este artigo se debruça sobre a noção de “intraduzível” na filosofia de Cassin, aproveitando, além disso, o gancho proposto por Fernando Santoro em 2014 com o conceito de “intradução”, o famoso neologismo cunhado por Augusto de Campos nos anos 70. Em que medida os “intraduzíveis” de Cassin advêm de uma ideia nostálgica de originalidade como completude e marco inicial de um determinado conceito? Os “intraduzíveis” de fato se pautam por uma noção logocêntrica de tradução, como sugere, por exemplo, Lawrence Venuti? Os “intraduzíveis” podem ser lidos à luz das “intraduções” de Campos, como traduções temporárias, inevitavelmente presas entre línguas e oriundas de interversões de tradutoras? Como as “intraduções” (Campos) e os “intraduzíveis” (Cassin) se enquadram na temporalidade de uma dada palavra? E faz sentido falar de intraduzibilidade hoje – ou qualquer menção nesse sentido presta um desserviço aos estudos da tradução? Essas são as principais perguntas que permeiam o presente trabalho. ","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-05-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Intraduzíveis, intraduções e temporalidade em Barbara Cassin e Augusto de Campos\",\"authors\":\"Alice S. Leal\",\"doi\":\"10.5007/2176-8552.2022.e87024\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A publicação do Vocabulaire Européen des Philosophies : Le Dictionnaire des Intraduisibles (2004), coordenado por Barbara Cassin, causou uma reviravolta nos estudos da tradução por retomar a bête noire da “intraduzibilidade” – afinal, atualmente, dizer que tudo é sempre traduzível tornou-se um truísmo. Este artigo se debruça sobre a noção de “intraduzível” na filosofia de Cassin, aproveitando, além disso, o gancho proposto por Fernando Santoro em 2014 com o conceito de “intradução”, o famoso neologismo cunhado por Augusto de Campos nos anos 70. Em que medida os “intraduzíveis” de Cassin advêm de uma ideia nostálgica de originalidade como completude e marco inicial de um determinado conceito? Os “intraduzíveis” de fato se pautam por uma noção logocêntrica de tradução, como sugere, por exemplo, Lawrence Venuti? Os “intraduzíveis” podem ser lidos à luz das “intraduções” de Campos, como traduções temporárias, inevitavelmente presas entre línguas e oriundas de interversões de tradutoras? Como as “intraduções” (Campos) e os “intraduzíveis” (Cassin) se enquadram na temporalidade de uma dada palavra? E faz sentido falar de intraduzibilidade hoje – ou qualquer menção nesse sentido presta um desserviço aos estudos da tradução? Essas são as principais perguntas que permeiam o presente trabalho. \",\"PeriodicalId\":31415,\"journal\":{\"name\":\"Outra Travessia\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-05-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Outra Travessia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e87024\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Outra Travessia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e87024","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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摘要
由芭芭拉·卡辛(Barbara Cassin)协调出版的《欧洲哲学词汇:不可译词典》(the dictionary europeen des Philosophies: Le Dictionnaire des intradutiques, 2004)的出版,通过恢复bete noire的“不可译性”,给翻译研究带来了一个转折点——毕竟,在今天,说一切都是可译的已经成为一个真理。本文探讨了卡辛哲学中的“不可翻译”概念,并利用了费尔南多·桑托罗(Fernando Santoro)在2014年提出的“intraducao”概念,这是奥古斯托·德·坎波斯(Augusto de Campos)在70年代创造的著名新词。卡辛的“不可翻译”在多大程度上源于一种怀旧的想法,即原创性是一个特定概念的完整性和起点?“不可翻译”实际上是由一个以逻辑为中心的翻译概念指导的,例如,劳伦斯·韦努蒂提出的?“不可翻译”是否可以从字段的“翻译内”来解读,作为临时翻译,不可避免地夹在语言之间,由译者的互换产生?“非翻译”(字段)和“不可翻译”(卡辛)如何适应给定单词的时间性?今天谈论不可译性有意义吗?或者任何提到不可译性都会对翻译研究造成伤害?这些是贯穿本文的主要问题。
Intraduzíveis, intraduções e temporalidade em Barbara Cassin e Augusto de Campos
A publicação do Vocabulaire Européen des Philosophies : Le Dictionnaire des Intraduisibles (2004), coordenado por Barbara Cassin, causou uma reviravolta nos estudos da tradução por retomar a bête noire da “intraduzibilidade” – afinal, atualmente, dizer que tudo é sempre traduzível tornou-se um truísmo. Este artigo se debruça sobre a noção de “intraduzível” na filosofia de Cassin, aproveitando, além disso, o gancho proposto por Fernando Santoro em 2014 com o conceito de “intradução”, o famoso neologismo cunhado por Augusto de Campos nos anos 70. Em que medida os “intraduzíveis” de Cassin advêm de uma ideia nostálgica de originalidade como completude e marco inicial de um determinado conceito? Os “intraduzíveis” de fato se pautam por uma noção logocêntrica de tradução, como sugere, por exemplo, Lawrence Venuti? Os “intraduzíveis” podem ser lidos à luz das “intraduções” de Campos, como traduções temporárias, inevitavelmente presas entre línguas e oriundas de interversões de tradutoras? Como as “intraduções” (Campos) e os “intraduzíveis” (Cassin) se enquadram na temporalidade de uma dada palavra? E faz sentido falar de intraduzibilidade hoje – ou qualquer menção nesse sentido presta um desserviço aos estudos da tradução? Essas são as principais perguntas que permeiam o presente trabalho.