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Partindo de uma perspectiva spinozista, tratada por Gilles Deleuze (1925-1995) como uma etologia, na qual o corpo é definido pelos limiares mínimo e máximo de sua potência, buscamos entender como se fabricam corpos não-monogâmicos, em seu modo singular, o agenciamento indivíduo, e plural, o agenciamento ao qual chamamos de constelações íntimas. Por meio da cartografia, procedimento que traça um mapa dos afetos, analisamos a história de vida de Leci, mulher negra que devém não-monogâmica. Na presente análise destacam-se a resistência ao controle do próprio corpo, os embates com discursos raciais essencialistas e as dificuldades presentes nos processos de desterritorialização da monogamia. Salientam-se também as reterritorializações de sua constelação sob as práticas monogâmicas, sejam pelos conflitos que este modo de vida enfrenta no campo social, sejam pelos sentimentos que suscitam nos indivíduos que os praticam.
Palavras-chave: Corpo. Identidade. Não-monogamia. Raça. Constelações íntimas.