从味觉到potygues:语言的跨时间性

Mariana Vogt Michaelsen, Alessandra Guterres Deifeld
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摘要

如果语言是法西斯的,因为它迫使你说(BARTHES,2013),还有其他使用语言的方法吗?这里的语言是说什么、说什么,但也是品味和表现什么。我们正在谈论两种语言和一份反对抹杀这么多其他语言的宣言。巴西的官方语言是葡萄牙语,这是一个殖民地的标志,迫使他们说:用葡萄牙语;味觉的舌头,品尝和品尝食物;最后,Juão Nyn(2020)提出的Potyguês作为他们之间可能创造的东西的宣言。心元音“y”恢复了一个被官方语言抹去的神圣声音,当时烹饪知识转化为烹饪风味,传达记忆,并将我们与梦想的时间重新联系起来。无论是通过恢复宇宙观还是通过唤起记忆,两者都提出了其他制造语言的方法。对于这个食谱:祖先的知识,嘴巴,牙齿和声音。殖民地历史的片段在其他方式中回荡,并(sub)倾泻语言。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Do paladar ao potyguês: a transtemporalidade da língua
Se a língua é fascista, pois obriga a dizer (BARTHES, 2013), há outros modos de usar a língua? A língua, aqui, é a que diz, que fala, mas também é a que saboreia e manifesta. Estamos falando (de) duas línguas e um manifesto contra o apagamento de outras tantas. A língua oficial do Brasil, o português, uma marca colonial que os obriga a dizer assim: em português; a língua do paladar, a que degusta e saboreia os alimentos; e, por fim, o Potyguês apresentado por Juão Nyn (2020) como um manifesto do que é possível criar por entre elas. A vogal cardíaca “y” retoma um som sagrado apagado pela língua oficial ao tempo em que saberes culinários transformados em sabores culinários comunicam memórias e nos reconectam com o tempo dos sonhos. Seja pela retomada de cosmogonias, seja pela evocação da memória, ambas propõem outros modos de (des)fazer a língua. Para esta receita: saberes ancestrais, boca, dentes e som. As mordidas de um passado colonial ecoam em outros modos de fazer e de (sub)verter a língua.
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