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Este artigo analisa a literatura de José Falero como trânsfuga, ou seja, a que rompe barreiras de expectativas no jogo literário. Afinal, as origens sociais e os círculos de socialização da pessoa que escreve, assim como a profissão que exerce para além da literatura, acabam, não raro, por mediar a atribuição do “mérito” da obra. Apesar disso, é nos sistemas relativamente dominados e de agentes sem privilégio no jogo literário que, não raro, surgem as produções mais inovadoras. A partir dessa perspectiva, abordaremos a literatura de José Falero, sobretudo os contos de Vila Sapo (2019) e o romance Os supridores (2020), além de entrevistas concedidas pelo escritor a jornais, a um podcast e à própria autora deste trabalho.