{"title":"占领学校","authors":"L. Coutinho","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v25i1p63-76","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo parte do pressuposto de que pensar a adolescência é também refletir sobre os impasses no laço social, incluindo-se aí o laço educativo e os discursos que o constituem. Sustenta que, no contexto escolar brasileiro, os laços dos adolescentes com a família e com a escola são muitas vezes marcados pela condição de vulnerabilidade social e por discursos educativos atravessados por especialismos e por exigências produtivistas. Esses sujeitos adolescentes são assim silenciados e tal condição de desamparo discursivo incide sobre o trabalho da adolescência dificultando a passagem do discurso infantil referido à família para os discursos sociais referidos ao Outro social. Defende que o sofrimento psíquico desses adolescentes é sociopolítico, ou seja, diz respeito aos impasses provenientes dos lugares que ocupam no laço social e nos discursos dominantes, de modo que o seu tratamento deve se dar também na dimensão do coletivo. Aborda alguns extratos de uma pesquisa sobre as ocupações das escolas ocorridas entre 2015 e 2017 em todo o Brasil para pensar sobre o trabalho da adolescência e um tratamento possível aos impasses no laço social que se apresentam na escola em nosso contexto contemporâneo.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"Ocupa Escola\",\"authors\":\"L. Coutinho\",\"doi\":\"10.11606/issn.1981-1624.v25i1p63-76\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo parte do pressuposto de que pensar a adolescência é também refletir sobre os impasses no laço social, incluindo-se aí o laço educativo e os discursos que o constituem. Sustenta que, no contexto escolar brasileiro, os laços dos adolescentes com a família e com a escola são muitas vezes marcados pela condição de vulnerabilidade social e por discursos educativos atravessados por especialismos e por exigências produtivistas. Esses sujeitos adolescentes são assim silenciados e tal condição de desamparo discursivo incide sobre o trabalho da adolescência dificultando a passagem do discurso infantil referido à família para os discursos sociais referidos ao Outro social. Defende que o sofrimento psíquico desses adolescentes é sociopolítico, ou seja, diz respeito aos impasses provenientes dos lugares que ocupam no laço social e nos discursos dominantes, de modo que o seu tratamento deve se dar também na dimensão do coletivo. Aborda alguns extratos de uma pesquisa sobre as ocupações das escolas ocorridas entre 2015 e 2017 em todo o Brasil para pensar sobre o trabalho da adolescência e um tratamento possível aos impasses no laço social que se apresentam na escola em nosso contexto contemporâneo.\",\"PeriodicalId\":33891,\"journal\":{\"name\":\"Estilos da Clinica\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2020-04-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Estilos da Clinica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i1p63-76\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estilos da Clinica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i1p63-76","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O artigo parte do pressuposto de que pensar a adolescência é também refletir sobre os impasses no laço social, incluindo-se aí o laço educativo e os discursos que o constituem. Sustenta que, no contexto escolar brasileiro, os laços dos adolescentes com a família e com a escola são muitas vezes marcados pela condição de vulnerabilidade social e por discursos educativos atravessados por especialismos e por exigências produtivistas. Esses sujeitos adolescentes são assim silenciados e tal condição de desamparo discursivo incide sobre o trabalho da adolescência dificultando a passagem do discurso infantil referido à família para os discursos sociais referidos ao Outro social. Defende que o sofrimento psíquico desses adolescentes é sociopolítico, ou seja, diz respeito aos impasses provenientes dos lugares que ocupam no laço social e nos discursos dominantes, de modo que o seu tratamento deve se dar também na dimensão do coletivo. Aborda alguns extratos de uma pesquisa sobre as ocupações das escolas ocorridas entre 2015 e 2017 em todo o Brasil para pensar sobre o trabalho da adolescência e um tratamento possível aos impasses no laço social que se apresentam na escola em nosso contexto contemporâneo.