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Línguas e outros mecanismos: uma leitura descolonial sobre os códigos da modernidade
Este trabalho propõe uma leitura descolonial acerca da função das línguas modernas na consolidação de paradigmas eurocêntricos impostos ao mundo. Para tanto, partiremos de impressões pessoais (lançando mãos da teorização da crítica biográfica fronteiriça) sobre a língua portuguesa falada em âmbito fronteiriço. Em seguida, abordaremos o discurso classificatório que serviu para “inventar” categorias, anular línguas e consolidar um padrão de poder fundamentado nos preceitos do cristianismo e articulado em línguas europeias coloniais/modernas. Em um terceiro momento, traremos à luz o percurso narrativo que fez do ocidente o centro do mundo. Sendo assim, enfatizaremos as narrativas que constituíram um ideal eurocêntrico, articuladas não só por meio dos discursos classificatórios, mas, também, pelas retóricas da modernidade e, principalmente, pelo sentido eurocêntrico dado a uma história nomeadamente “oficial” que se pretendera universal. Por fim, concluímos que só uma contra-narrativa de cunho descolonial pode dar conta da realidade fronteiriça e criar outras formas de pensar o mundo. Em suma, sustentamos que somente resgatando epistemologias silenciadas será possível novas alternativas, agora mais urgente que nunca, para a humanidade que, em nome da modernidade, embrenhou-se pelo caminho da morte.