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Neste artigo, tomamos luto como discurso, configurando-se como efeito de sentido produzido no e pelo funcionamento da linguagem. Assim procedendo, questionamos como a significação de luto se movimenta, ganha direções ao materializar relações com outro(s) sentido(s), o que torna visível, discursivamente, o sentido de luto como não-um, ponto de possíveis articulações discursivas – relações de sustentação no/do fio discursivo – e latitudes discursivas – relações de distensão-(re)arranjo no/do fio discursivo. É por essas articulações e latitudes que o não-um sentido de luto constitui-se como metáfora e, dessa maneira, estrutura a e se estrutura pela produção de discursividades que significam diferentes formações sociais em direções diversas. Para lermos como a metáfora luto produz derivas, expomo-la, metodologicamente, a outras, como a do espelho – "uma imagem (que é) perturbad(or)a" – e a do sufocamento – "não é possível respirar". Compreendemos, assim, como o não-um sentido de luto funciona convocando relações que historicizam diferentes modos de "estar em luto", isto é, diferentes modos de (re)produzir o jogo da presença-ausência na e pela linguagem que determinam certos movimentos de identificação simbólica no e para o sujeito.