安妮·弗兰克和米歇尔·劳布:日记和日常暴力

IF 0.1 0 HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY
Filipe Amaral Rocha de Menezes
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摘要

安妮·弗兰克的日记(荷兰语:Het Achterhuis, 1947)是大屠杀背景下最引人注目的故事之一。这本书是根据纳粹迫害期间在荷兰的一名德国犹太少年的手稿写成的,是世界文学,尤其是证词文学的重要参考。巴西作家米歇尔·劳布(Michel Laub)的小说《秋天日记》(diario da queda, 2011)讲述了一个犹太家庭三代人的故事:叙述者的祖父被奥斯维辛集中营的经历所驱使;叙述者的父亲,带着他14岁时父亲自杀的痛苦记忆;还有他的儿子,叙述者,他在十几岁的时候意外地造成了一场事故,伤害了他的同学及其后果。日记作为一种体裁,在这里讨论,出现在独白文本,其作者将是它的唯一读者,在它的交流和文学特征的亲密,个性,这些元素不再被考虑。然而,从这种体裁中出现了自传体小说的概念,甚至是自我写作的概念,这是一种矛盾的体裁,作者质疑现实和自己。通过对这两份日记的比较,一份是目击者的日记,另一份是虚构的日记,在它们的方法、方法和距离上,我们打算分析渗透在其中的日常暴力。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Anne Frank e Michel Laub: os diários e a violência cotidiana
O diário de Anne Frank (em holandês Het Achterhuis, de 1947) é um dos relatos mais instigantes produzidos no contexto da Shoah. Elaborado a partir dos manuscritos de uma adolescente judia alemã na Holanda, durante uma perseguição nazista, o livro é uma grande referência para a literatura mundial, especialmente para a Literatura do Testemunho. Diário da queda (2011), romance do escritor brasileiro Michel Laub, gira em torno de três gerações de uma família judia: o avô do narrador, impulsionado pela experiência de ter sido preso em Auschwitz; o pai do narrador, que carrega as lembranças amargas do suicídio do pai quando tinha apenas quatorze anos; e o filho, o narrador, que carrega consigo a culpa de ter causado acidentalmente um acidente que feriu um colega de classe e suas consequências, quando ele era adolescente. O diário como um gênero, aqui em debate, emerge de um texto monólogo cujo autor seria seu único leitor, em meio as suas características comunicativas e literárias do íntimo, da individualidade, elementos estes não mais considerados. Desse gênero, no entanto, emerge a noção de autoficção, ou mesmo a escrita de si, um gênero ambivalente em que o autor questiona a realidade e a si mesmo. A partir da comparação desses dois diários, um testemunhal e outro ficcional, em suas abordagens, aproximações e distâncias, pretende-se analisar a violência cotidiana neles impregnada.
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