{"title":"为什么推倒雕像不应该困扰历史学家?时间、时代错误和对过去的争论","authors":"Alexandre De Sá Avelar","doi":"10.14393/artc-v24-n44-2022-66583","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nos últimos anos, inúmeras ações iconoclastas elegeram como alvos está- tuas e monumentos que prestam homenagem a indivíduos e acontecimentos relacionados a memórias sensíveis de passados traumáticos, aqueles que parecem não passar, e que mobilizam múltiplos sentidos e afetos no presente. São momentos nos quais grupos organizados reivindicam a destituição de uma certa ordem memorial, tida como perpetuadora de desigualdades e de opressões, através de interven- ções diretas sobre o espaço público. Essas ações também provocaram fortes controvérsias que mobilizaram a comunidade de historiadores profissionais. Nessas discussões, um dos temas mais acionados foi o do anacronismo. Afinal, a derrubada das está- tuas seria uma iniciativa anacrônica? Partindo desta interrogação, este artigo busca apresentar algumas reflexões sobre tempo, memória e anacronismo, relacionando-os aos debates mais sensíveis subsequentes às iniciativas de questionamento das representações contidas em estátuas e monumentos que habitam o nosso presente.","PeriodicalId":41127,"journal":{"name":"ArtCultura-Revista de Historia Cultura e Arte","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-08-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Por que a derrubada de estátuas não deveria incomodar os historiadores? Tempo, anacronismo e disputas pelo passado\",\"authors\":\"Alexandre De Sá Avelar\",\"doi\":\"10.14393/artc-v24-n44-2022-66583\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nos últimos anos, inúmeras ações iconoclastas elegeram como alvos está- tuas e monumentos que prestam homenagem a indivíduos e acontecimentos relacionados a memórias sensíveis de passados traumáticos, aqueles que parecem não passar, e que mobilizam múltiplos sentidos e afetos no presente. São momentos nos quais grupos organizados reivindicam a destituição de uma certa ordem memorial, tida como perpetuadora de desigualdades e de opressões, através de interven- ções diretas sobre o espaço público. Essas ações também provocaram fortes controvérsias que mobilizaram a comunidade de historiadores profissionais. Nessas discussões, um dos temas mais acionados foi o do anacronismo. Afinal, a derrubada das está- tuas seria uma iniciativa anacrônica? Partindo desta interrogação, este artigo busca apresentar algumas reflexões sobre tempo, memória e anacronismo, relacionando-os aos debates mais sensíveis subsequentes às iniciativas de questionamento das representações contidas em estátuas e monumentos que habitam o nosso presente.\",\"PeriodicalId\":41127,\"journal\":{\"name\":\"ArtCultura-Revista de Historia Cultura e Arte\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2022-08-07\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"ArtCultura-Revista de Historia Cultura e Arte\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.14393/artc-v24-n44-2022-66583\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"ArtCultura-Revista de Historia Cultura e Arte","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/artc-v24-n44-2022-66583","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY","Score":null,"Total":0}
Por que a derrubada de estátuas não deveria incomodar os historiadores? Tempo, anacronismo e disputas pelo passado
Nos últimos anos, inúmeras ações iconoclastas elegeram como alvos está- tuas e monumentos que prestam homenagem a indivíduos e acontecimentos relacionados a memórias sensíveis de passados traumáticos, aqueles que parecem não passar, e que mobilizam múltiplos sentidos e afetos no presente. São momentos nos quais grupos organizados reivindicam a destituição de uma certa ordem memorial, tida como perpetuadora de desigualdades e de opressões, através de interven- ções diretas sobre o espaço público. Essas ações também provocaram fortes controvérsias que mobilizaram a comunidade de historiadores profissionais. Nessas discussões, um dos temas mais acionados foi o do anacronismo. Afinal, a derrubada das está- tuas seria uma iniciativa anacrônica? Partindo desta interrogação, este artigo busca apresentar algumas reflexões sobre tempo, memória e anacronismo, relacionando-os aos debates mais sensíveis subsequentes às iniciativas de questionamento das representações contidas em estátuas e monumentos que habitam o nosso presente.