{"title":"喂法。桑巴土地上的民族主义和反路西塔主义","authors":"Adalberto Paranhos","doi":"10.5965/2175180309222017044","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nacionalismos de todas as coloracoes politicas pululavam mundo afora durante a decada de 30 do seculo passado. Aqui, do lado de baixo do Equador, nao foi diferente. No Brasil, em particular, tanto a direita como a esquerda do espectro ideologico nacional, manifestacoes de matriz nacionalista se fizeram sentir nos mais distintos campos, inclusive na area artistica. Foi a epoca em que se assistiu a invencao do samba como icone musical da nacao. Em meio a esse processo, certos compositores populares moveram um combate aos estrangeirismos em geral. O fado, terceiro genero musical “estrangeiro” mais gravado no pais, ficou, entao, sob a alca de mira de determinados criticos. Um inflamado antilusitanismo chegou a se expressar em estreita ligacao com um sentimento antifadista. Este artigo se propoe, a partir dai, a mapear tais manifestacoes, tendo por foco, sobretudo, a producao do jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa, um dos parceiros de Noel Rosa. Ao mesmo tempo, busca inserir as lutas de representacoes travadas em nome do samba em redes de interlocucao informais que desde o seculo XIX exprimiam sua hostilidade seja em relacao a Portugal ou ao fado. Neste ultimo caso, importa observar que ele enfrentou tambem serias rejeicoes em terras portuguesas ate impor-se como “fiel interprete da alma lusitana”. Palavras-chave: Fado. Samba. Musica Popular - Brasil. Musica Popular - Portugal. Lutas de Representacoes.","PeriodicalId":42303,"journal":{"name":"Tempo e Argumento","volume":"9 1","pages":"44-69"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2017-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"Xô, fado! Nacionalismo e antilusitanismo na terra do samba\",\"authors\":\"Adalberto Paranhos\",\"doi\":\"10.5965/2175180309222017044\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nacionalismos de todas as coloracoes politicas pululavam mundo afora durante a decada de 30 do seculo passado. Aqui, do lado de baixo do Equador, nao foi diferente. No Brasil, em particular, tanto a direita como a esquerda do espectro ideologico nacional, manifestacoes de matriz nacionalista se fizeram sentir nos mais distintos campos, inclusive na area artistica. Foi a epoca em que se assistiu a invencao do samba como icone musical da nacao. Em meio a esse processo, certos compositores populares moveram um combate aos estrangeirismos em geral. O fado, terceiro genero musical “estrangeiro” mais gravado no pais, ficou, entao, sob a alca de mira de determinados criticos. Um inflamado antilusitanismo chegou a se expressar em estreita ligacao com um sentimento antifadista. Este artigo se propoe, a partir dai, a mapear tais manifestacoes, tendo por foco, sobretudo, a producao do jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa, um dos parceiros de Noel Rosa. Ao mesmo tempo, busca inserir as lutas de representacoes travadas em nome do samba em redes de interlocucao informais que desde o seculo XIX exprimiam sua hostilidade seja em relacao a Portugal ou ao fado. Neste ultimo caso, importa observar que ele enfrentou tambem serias rejeicoes em terras portuguesas ate impor-se como “fiel interprete da alma lusitana”. Palavras-chave: Fado. Samba. Musica Popular - Brasil. Musica Popular - Portugal. Lutas de Representacoes.\",\"PeriodicalId\":42303,\"journal\":{\"name\":\"Tempo e Argumento\",\"volume\":\"9 1\",\"pages\":\"44-69\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2017-12-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Tempo e Argumento\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5965/2175180309222017044\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"HISTORY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Tempo e Argumento","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5965/2175180309222017044","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
Xô, fado! Nacionalismo e antilusitanismo na terra do samba
Nacionalismos de todas as coloracoes politicas pululavam mundo afora durante a decada de 30 do seculo passado. Aqui, do lado de baixo do Equador, nao foi diferente. No Brasil, em particular, tanto a direita como a esquerda do espectro ideologico nacional, manifestacoes de matriz nacionalista se fizeram sentir nos mais distintos campos, inclusive na area artistica. Foi a epoca em que se assistiu a invencao do samba como icone musical da nacao. Em meio a esse processo, certos compositores populares moveram um combate aos estrangeirismos em geral. O fado, terceiro genero musical “estrangeiro” mais gravado no pais, ficou, entao, sob a alca de mira de determinados criticos. Um inflamado antilusitanismo chegou a se expressar em estreita ligacao com um sentimento antifadista. Este artigo se propoe, a partir dai, a mapear tais manifestacoes, tendo por foco, sobretudo, a producao do jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa, um dos parceiros de Noel Rosa. Ao mesmo tempo, busca inserir as lutas de representacoes travadas em nome do samba em redes de interlocucao informais que desde o seculo XIX exprimiam sua hostilidade seja em relacao a Portugal ou ao fado. Neste ultimo caso, importa observar que ele enfrentou tambem serias rejeicoes em terras portuguesas ate impor-se como “fiel interprete da alma lusitana”. Palavras-chave: Fado. Samba. Musica Popular - Brasil. Musica Popular - Portugal. Lutas de Representacoes.