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A polissensorialidade sinestésica como fiador da relação enunciativa: análise semiótica do fazer-sentir em "Tropicana"
Se se parte do princípio de que as sinestesias não implicam necessariamente um dado a priori aos textos, compreende-se que a percepção que elas simulam é uma percepção cujo ponto de partida são, de fato, operações discursivas estrategicamente textualizadas. A questão é definir quais os mecanismos ou os procedimentos acionados no texto que garantem essa compatibilização quando, na canção, letra e melodia projetam misturas de sensações. Este artigo tem como objetivo contribuir com a discussão sobre o impacto dos efeitos sinestésicos na emergência da significação, tendo como foco o estudo de uma canção. A análise, baseada na perspectiva da semiótica francesa, nos permite partir do princípio de que a compreensão dos modos como letra e melodia se entrecruzam revela o intrínseco processo por meio do qual a relação enunciador-enunciatário está no cerne da própria relação entre a dimensão temático-figurativa da letra e sua projeção tensiva na melodia. Concluímos que todo esse jogo relacional é convocado em função do fazer-sentir que a leitura do texto propõe, de modo que a canção seja apresentada como uma experiência a ser sentida, vivenciada pela mistura de sensações.