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O psicanalista vienense Otto Kernberg repensou o conceito de pulsão de morte a partir de novos conhecimentos da área de neurobiologia e a partir da investigação de quadros psicopatológicos graves, pouco abordados por Freud. Ele reconheceu que os fenômenos elencados por Freud para sustentar a ideia de pulsão de morte, de fato, demonstram a presença de uma tendência autodestrutiva dominante, mas sustentou que essa tendência resulta de uma transformação maligna da agressão, decorrente de fatores constitucionais e relacionais, e não de uma tendência inata do psiquismo. O objetivo deste artigo é retomar alguns pontos problemáticos da teoria freudiana do segundo dualismo pulsional e procurar mostrar que a perspectiva de Kernberg permite escapar de certos impasses presentes nessa teoria.