Vitor Vasconcelos Montenegro, B. Fernandes, Gabriella Reis Granata Pereira, Gustavo Henrique dos Santos Soares, Natsue Tani Tupper
{"title":"急性肠系膜缺血--文献综述","authors":"Vitor Vasconcelos Montenegro, B. Fernandes, Gabriella Reis Granata Pereira, Gustavo Henrique dos Santos Soares, Natsue Tani Tupper","doi":"10.34119/bjhrv7n4-024","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A isquemia mesentérica aguda (IMA) é uma condição médica grave que resulta da redução súbita do fluxo sanguíneo para o intestino, levando a dor abdominal intensa e potencial necrose intestinal. Os principais fatores de risco incluem aterosclerose, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial, diabetes mellitus e o uso de drogas vasoconstritoras. A IMA é rara, mas sua incidência tem aumentado, especialmente entre idosos. A taxa de mortalidade é alta, entre 50% e 70%, devido ao diagnóstico tardio. É mais comum em indivíduos com mais de 60 anos e com comorbidades cardiovasculares. O diagnóstico é desafiador, frequentemente retardado pela inespecificidade dos sintomas iniciais. A dor abdominal severa, desproporcional aos achados físicos, acompanhada de náuseas e vômitos, é característica. A tomografia computadorizada (TC) com contraste é o método de escolha para a avaliação diagnóstica, permitindo a visualização detalhada das artérias mesentéricas e a identificação de possíveis oclusões. Exames laboratoriais podem revelar leucocitose, acidose metabólica e elevação do lactato sérico, mas não são específicos. O tratamento clínico inclui estabilização hemodinâmica, fluidos intravenosos, correção de desequilíbrios eletrolíticos, analgesia e anticoagulação com heparina. Em alguns casos, vasodilatadores intra-arteriais são usados para melhorar o fluxo sanguíneo. O tratamento cirúrgico é necessário em casos de necrose intestinal ou peritonite. Procedimentos como embolectomia, trombectomia e ressecção do intestino necrosado são comuns. Em situações de dúvida sobre a viabilidade intestinal, uma segunda cirurgia pode ser realizada. Intervenções endovasculares, como angioplastia com stent, são alternativas menos invasivas. Por fim, a IMA é uma emergência médica que requer diagnóstico rápido e tratamento agressivo. O manejo eficaz depende de uma combinação de estratégias clínicas e cirúrgicas, ajustadas à etiologia subjacente e à condição geral do paciente. A conscientização sobre os fatores de risco e a apresentação clínica pode ajudar na identificação precoce e no tratamento oportuno desta condição potencialmente fatal.","PeriodicalId":505655,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Health Review","volume":"16 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Isquemia mesentérica aguda - uma revisão de literatura\",\"authors\":\"Vitor Vasconcelos Montenegro, B. Fernandes, Gabriella Reis Granata Pereira, Gustavo Henrique dos Santos Soares, Natsue Tani Tupper\",\"doi\":\"10.34119/bjhrv7n4-024\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A isquemia mesentérica aguda (IMA) é uma condição médica grave que resulta da redução súbita do fluxo sanguíneo para o intestino, levando a dor abdominal intensa e potencial necrose intestinal. Os principais fatores de risco incluem aterosclerose, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial, diabetes mellitus e o uso de drogas vasoconstritoras. A IMA é rara, mas sua incidência tem aumentado, especialmente entre idosos. A taxa de mortalidade é alta, entre 50% e 70%, devido ao diagnóstico tardio. É mais comum em indivíduos com mais de 60 anos e com comorbidades cardiovasculares. O diagnóstico é desafiador, frequentemente retardado pela inespecificidade dos sintomas iniciais. A dor abdominal severa, desproporcional aos achados físicos, acompanhada de náuseas e vômitos, é característica. A tomografia computadorizada (TC) com contraste é o método de escolha para a avaliação diagnóstica, permitindo a visualização detalhada das artérias mesentéricas e a identificação de possíveis oclusões. Exames laboratoriais podem revelar leucocitose, acidose metabólica e elevação do lactato sérico, mas não são específicos. O tratamento clínico inclui estabilização hemodinâmica, fluidos intravenosos, correção de desequilíbrios eletrolíticos, analgesia e anticoagulação com heparina. Em alguns casos, vasodilatadores intra-arteriais são usados para melhorar o fluxo sanguíneo. O tratamento cirúrgico é necessário em casos de necrose intestinal ou peritonite. Procedimentos como embolectomia, trombectomia e ressecção do intestino necrosado são comuns. Em situações de dúvida sobre a viabilidade intestinal, uma segunda cirurgia pode ser realizada. Intervenções endovasculares, como angioplastia com stent, são alternativas menos invasivas. Por fim, a IMA é uma emergência médica que requer diagnóstico rápido e tratamento agressivo. O manejo eficaz depende de uma combinação de estratégias clínicas e cirúrgicas, ajustadas à etiologia subjacente e à condição geral do paciente. A conscientização sobre os fatores de risco e a apresentação clínica pode ajudar na identificação precoce e no tratamento oportuno desta condição potencialmente fatal.\",\"PeriodicalId\":505655,\"journal\":{\"name\":\"Brazilian Journal of Health Review\",\"volume\":\"16 12\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-07-03\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Brazilian Journal of Health Review\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-024\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of Health Review","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-024","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Isquemia mesentérica aguda - uma revisão de literatura
A isquemia mesentérica aguda (IMA) é uma condição médica grave que resulta da redução súbita do fluxo sanguíneo para o intestino, levando a dor abdominal intensa e potencial necrose intestinal. Os principais fatores de risco incluem aterosclerose, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial, diabetes mellitus e o uso de drogas vasoconstritoras. A IMA é rara, mas sua incidência tem aumentado, especialmente entre idosos. A taxa de mortalidade é alta, entre 50% e 70%, devido ao diagnóstico tardio. É mais comum em indivíduos com mais de 60 anos e com comorbidades cardiovasculares. O diagnóstico é desafiador, frequentemente retardado pela inespecificidade dos sintomas iniciais. A dor abdominal severa, desproporcional aos achados físicos, acompanhada de náuseas e vômitos, é característica. A tomografia computadorizada (TC) com contraste é o método de escolha para a avaliação diagnóstica, permitindo a visualização detalhada das artérias mesentéricas e a identificação de possíveis oclusões. Exames laboratoriais podem revelar leucocitose, acidose metabólica e elevação do lactato sérico, mas não são específicos. O tratamento clínico inclui estabilização hemodinâmica, fluidos intravenosos, correção de desequilíbrios eletrolíticos, analgesia e anticoagulação com heparina. Em alguns casos, vasodilatadores intra-arteriais são usados para melhorar o fluxo sanguíneo. O tratamento cirúrgico é necessário em casos de necrose intestinal ou peritonite. Procedimentos como embolectomia, trombectomia e ressecção do intestino necrosado são comuns. Em situações de dúvida sobre a viabilidade intestinal, uma segunda cirurgia pode ser realizada. Intervenções endovasculares, como angioplastia com stent, são alternativas menos invasivas. Por fim, a IMA é uma emergência médica que requer diagnóstico rápido e tratamento agressivo. O manejo eficaz depende de uma combinação de estratégias clínicas e cirúrgicas, ajustadas à etiologia subjacente e à condição geral do paciente. A conscientização sobre os fatores de risco e a apresentação clínica pode ajudar na identificação precoce e no tratamento oportuno desta condição potencialmente fatal.