{"title":"2022","authors":"Maria Célia Barbosa Reis da Silva","doi":"10.47240/revistadaesg.v37i80.1269","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto pretende lançar luzes sobre a Semana de Arte Moderna, ocorrida no ano do centenário da independência, manifestação artístico-cultural ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo, templo de arte europeia frequentado pela elite. Essa Semana foi marcada pelas contradições de seus participantes, a começar pelo seu mecenas Paulo Silva Prado, herdeiro de importante família paulistana, com lastro em negócios vinculados à cafeicultura e ao investimento nos setores bancário, industrial e imobiliário. Os escritores e os artistas partícipes da Semana flertavam com ideologias fascistas, socialistas, anarquistas, mas tinham em comum o anseio de rever a cultura e a identidade brasileira no viés nacional, recuperando nossas raízes. O artigo busca também propiciar um diálogo entre o centenário da Semana de 1922 com o bicentenário da Independência do Brasil e provocar reflexões acerca da emancipação política do Brasil, observada como um processo em movimento, já que os mandos dos ricos e da elite privilegiam, em parte, os ociosos, cujos ganhos, no passado, advêm dos escravos e hoje dos excluídos que lutam para sobreviver apesar das adversidades.","PeriodicalId":220500,"journal":{"name":"Revista da Escola Superior de Guerra","volume":"2 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"2022\",\"authors\":\"Maria Célia Barbosa Reis da Silva\",\"doi\":\"10.47240/revistadaesg.v37i80.1269\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este texto pretende lançar luzes sobre a Semana de Arte Moderna, ocorrida no ano do centenário da independência, manifestação artístico-cultural ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo, templo de arte europeia frequentado pela elite. Essa Semana foi marcada pelas contradições de seus participantes, a começar pelo seu mecenas Paulo Silva Prado, herdeiro de importante família paulistana, com lastro em negócios vinculados à cafeicultura e ao investimento nos setores bancário, industrial e imobiliário. Os escritores e os artistas partícipes da Semana flertavam com ideologias fascistas, socialistas, anarquistas, mas tinham em comum o anseio de rever a cultura e a identidade brasileira no viés nacional, recuperando nossas raízes. O artigo busca também propiciar um diálogo entre o centenário da Semana de 1922 com o bicentenário da Independência do Brasil e provocar reflexões acerca da emancipação política do Brasil, observada como um processo em movimento, já que os mandos dos ricos e da elite privilegiam, em parte, os ociosos, cujos ganhos, no passado, advêm dos escravos e hoje dos excluídos que lutam para sobreviver apesar das adversidades.\",\"PeriodicalId\":220500,\"journal\":{\"name\":\"Revista da Escola Superior de Guerra\",\"volume\":\"2 2\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-07-19\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista da Escola Superior de Guerra\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.47240/revistadaesg.v37i80.1269\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Escola Superior de Guerra","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47240/revistadaesg.v37i80.1269","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este texto pretende lançar luzes sobre a Semana de Arte Moderna, ocorrida no ano do centenário da independência, manifestação artístico-cultural ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo, templo de arte europeia frequentado pela elite. Essa Semana foi marcada pelas contradições de seus participantes, a começar pelo seu mecenas Paulo Silva Prado, herdeiro de importante família paulistana, com lastro em negócios vinculados à cafeicultura e ao investimento nos setores bancário, industrial e imobiliário. Os escritores e os artistas partícipes da Semana flertavam com ideologias fascistas, socialistas, anarquistas, mas tinham em comum o anseio de rever a cultura e a identidade brasileira no viés nacional, recuperando nossas raízes. O artigo busca também propiciar um diálogo entre o centenário da Semana de 1922 com o bicentenário da Independência do Brasil e provocar reflexões acerca da emancipação política do Brasil, observada como um processo em movimento, já que os mandos dos ricos e da elite privilegiam, em parte, os ociosos, cujos ganhos, no passado, advêm dos escravos e hoje dos excluídos que lutam para sobreviver apesar das adversidades.