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Este trabalho busca estabelecer uma aproximação epistemológica entre a teoria dos sonhos de Freud (1900) e a teoria estrutural da narrativa (BARTHES, 1972). Considerando que o sonho é em si uma experiência perdida e que ele torna-se parte de uma análise somente quando pode ser contato, relatar um sonho deve torná-lo sujeito a uma nova ação, que, como será defendido ao longo do texto, pode ser aproximada do processo de narrativização. Assim, foi elaborada uma redescrição da teoria onírica freudiana a partir do modelo metodológico dos níveis da significação trabalhado por Barthes (1972) com a intenção de verificar se haveria uma noção freudiana de narrativa própria a sua teoria sobre os processos de formação e transmissão onírica. Com isso, objetiva-se contribuir com os modos de entendimento e de operação clínica sobre sonhos em um processo analítico, tanto no sentido de tornar mais preciso um saber sobre a sua materialidade, como no de favorecer os seus modos de análise. Ao fim deste trabalho, espera-se ter apresentado uma perspectiva que considere o relato de um sonho um texto clínico.