血清镁水平及其与 2 型糖尿病及其并发症/合并症的关系,重点是心血管疾病。

Rosângela Pereira Andrade, Marcos Antônio Almeida Matos
{"title":"血清镁水平及其与 2 型糖尿病及其并发症/合并症的关系,重点是心血管疾病。","authors":"Rosângela Pereira Andrade, Marcos Antônio Almeida Matos","doi":"10.22278/2318-2660.2024.v48.n2.a4293","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença que apresenta mecanismos fisiopatológicos multifatoriais e complexos, tendo como base a resistência insulínica (RI) e como consequências as doenças cardiovasculares (DCV). A hipomagnesemia tem sido implicada tanto na RI como em complicações micro e macrovasculares, incluindo-se as DCV que são consideradas a causa mais importante de morbimortalidade no DM2. Neste contexto, o presente estudo visa avaliar níveis séricos de magnésio (Mg) em pacientes diabéticos e sua possível associação com complicações crônicas e comorbidades, tendo como ênfase as doenças cardiovasculares; e identificar possível valor do nível sérico a ser considerado em nossa população a fim de rever sua verdadeira aplicabilidade clínica. Trata-se de estudo transversal, descritivo e analítico, envolvendo 99 pacientes com DM2 de ambos os sexos, atendidos em ambulatório público na cidade de Salvador (BA). Utilizou-se como instrumentos de pesquisa questionário de dados sociodemográficos e antropométricos; recordatório alimentar de 24 horas e análise bioquímica do magnésio sérico. Também foram registradas comorbidades e complicações crônicas dos pacientes, tais como hipertensão arterial, doença arterial coronariana, doença arterial obstrutiva periférica, arritmia cardíaca, acidente vascular cerebral, dislipidemia, neuropatia sensitiva periférica, retinopatia e nefropatia diabéticas. Os dados foram expressos por tabelas de forma descritiva e analítica. Os indivíduos foram divididos em dois grupos, magnésio baixo e normal/alto, e suas variáveis foram comparadas por meio de testes de hipóteses. Nossos achados evidenciaram nível sérico médio de magnésio de 1,97 mg% (IC 1,69 a 2,25 mg%) no total da amostra. Entre aqueles com magnésio baixo, níveis subclínicos estavam presentes em 29 sujeitos (29,3%), e níveis de hipomagnesemia em 34 indivíduos (34,3%). O nível médio do Mg no total da amostra diferiu significativamente (p<0,001) do valor normal ideal, mas não diferiu do considerado subclínico (p 0,311). No grupo com hipomagnesemia houve predomínio do sexo feminino e de pacientes com maior escolaridade. Glicemia de jejum foi mais elevada no grupo Mg baixo, e hemoglobina glicada no grupo Mg normal/alto, mas ambos sem diferença estatística. Níveis baixos de vitamina B12 foram encontrados em 12 pacientes (12,1%) e os níveis mais baixos de magnésio estavam presentes nos pacientes com deficiência de vitamina B12 (1,81±0,24 versus 2,01±0,29) com p=0,027. Antidiabéticos orais foram mais utilizados no grupo com Mg baixo. Não houve diferença entre magnésio sérico, ingestão calórica e magnésio e cálcio alimentares. Pacientes com DCV tiveram média de 2,01 mg% (IC 1,69-2,33 mg%) para o Mg. A doença cardiovascular esteve presente em 47,5% da amostra e pacientes com esta morbidade apresentaram 29,8% de prevalência de hipomagnesemia; infarto agudo do miocárdio (IAM) foi mais frequente no grupo com Mg normal/alto. Nossos dados apontam que hipomagnesemia em pacientes diabéticos deve ser considerada em níveis clínicos e subclínicos. Níveis baixos de Mg também estiveram associados à vitamina B12 baixa. Pacientes que apresentaram doenças cardiovasculares associadas também tiveram importante prevalência de hipomagnesemia incluindo níveis subclínicos, com exceção nos casos de IAM, em que níveis do magnésio sérico mantiveram-se no intervalo considerado normal ideal evidenciado por significativa diferença estatística (p<0,005).","PeriodicalId":496878,"journal":{"name":"Revista Baiana de Saúde Pública","volume":"37 22","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Níveis séricos de magnésio e sua associação com diabetes mellitus tipo 2 e suas complicações/comorbidades com ênfase na doença cardiovascular.\",\"authors\":\"Rosângela Pereira Andrade, Marcos Antônio Almeida Matos\",\"doi\":\"10.22278/2318-2660.2024.v48.n2.a4293\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença que apresenta mecanismos fisiopatológicos multifatoriais e complexos, tendo como base a resistência insulínica (RI) e como consequências as doenças cardiovasculares (DCV). 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摘要

2 型糖尿病(T2DM)是一种以胰岛素抵抗(IR)为基础的疾病,具有多因素和复杂的病理生理机制,其后果是心血管疾病(CVD)。低镁血症与胰岛素抵抗以及包括心血管疾病在内的微血管和大血管并发症都有关系,而心血管疾病被认为是糖尿病患者发病和死亡的最重要原因2。在此背景下,本研究旨在评估糖尿病患者的血清镁(Mg)水平及其与慢性并发症和合并症(重点是心血管疾病)可能存在的关联;并确定在我们的人群中可能需要考虑的血清水平,以审查其真正的临床适用性。这是一项横断面、描述性和分析性研究,涉及在萨尔瓦多市(巴伊亚州)一家公立门诊部就诊的 99 名男女 DM2 患者。使用的研究工具包括社会人口学和人体测量数据问卷、24 小时食物回忆和血清镁生化分析。此外,还记录了患者的合并症和慢性并发症,如高血压、冠状动脉疾病、外周阻塞性动脉疾病、心律失常、中风、血脂异常、外周感觉神经病变、糖尿病视网膜病变和肾病。数据以描述性和分析性表格的形式表达。研究人员被分为低镁和正常/高镁两组,并通过假设检验对两组的变量进行比较。我们的研究结果显示,所有样本的平均血清镁水平为 1.97 毫克%(CI 1.69 至 2.25 毫克%)。在低镁人群中,29 人(29.3%)处于亚临床水平,34 人(34.3%)处于低镁血症水平。总样本的平均镁含量与理想的正常值相差很大(P<0.001),但与亚临床镁含量相差不大(P 0.311)。在低镁血症组中,女性和受教育程度较高的患者居多。低镁血症组的空腹血糖值较高,正常/高镁血症组的糖化血红蛋白较高,但两者无统计学差异。有 12 名患者(12.1%)发现维生素 B12 含量低,维生素 B12 缺乏患者的镁含量较低(1.81±0.24 对 2.01±0.29),P=0.027。低镁组中使用口服抗糖尿病药物的较多。血清镁、卡路里摄入量以及膳食中的镁和钙之间没有差异。心血管疾病患者的平均镁水平为2.01毫克%(CI为1.69-2.33毫克%)。47.5%的样本患有心血管疾病,患有心血管疾病的患者低镁血症的发生率为29.8%;镁含量正常/偏高的人群中急性心肌梗死(AMI)的发生率更高。我们的数据表明,糖尿病患者的低镁血症应从临床和亚临床层面加以考虑。镁含量低还与维生素 B12 含量低有关。伴有心血管疾病的患者也有显著的低镁血症发生率,包括亚临床水平,但急性心肌梗死病例除外,这些病例的血清镁水平仍在理想的正常范围内,显著的统计学差异证明了这一点(P<0.005)。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Níveis séricos de magnésio e sua associação com diabetes mellitus tipo 2 e suas complicações/comorbidades com ênfase na doença cardiovascular.
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença que apresenta mecanismos fisiopatológicos multifatoriais e complexos, tendo como base a resistência insulínica (RI) e como consequências as doenças cardiovasculares (DCV). A hipomagnesemia tem sido implicada tanto na RI como em complicações micro e macrovasculares, incluindo-se as DCV que são consideradas a causa mais importante de morbimortalidade no DM2. Neste contexto, o presente estudo visa avaliar níveis séricos de magnésio (Mg) em pacientes diabéticos e sua possível associação com complicações crônicas e comorbidades, tendo como ênfase as doenças cardiovasculares; e identificar possível valor do nível sérico a ser considerado em nossa população a fim de rever sua verdadeira aplicabilidade clínica. Trata-se de estudo transversal, descritivo e analítico, envolvendo 99 pacientes com DM2 de ambos os sexos, atendidos em ambulatório público na cidade de Salvador (BA). Utilizou-se como instrumentos de pesquisa questionário de dados sociodemográficos e antropométricos; recordatório alimentar de 24 horas e análise bioquímica do magnésio sérico. Também foram registradas comorbidades e complicações crônicas dos pacientes, tais como hipertensão arterial, doença arterial coronariana, doença arterial obstrutiva periférica, arritmia cardíaca, acidente vascular cerebral, dislipidemia, neuropatia sensitiva periférica, retinopatia e nefropatia diabéticas. Os dados foram expressos por tabelas de forma descritiva e analítica. Os indivíduos foram divididos em dois grupos, magnésio baixo e normal/alto, e suas variáveis foram comparadas por meio de testes de hipóteses. Nossos achados evidenciaram nível sérico médio de magnésio de 1,97 mg% (IC 1,69 a 2,25 mg%) no total da amostra. Entre aqueles com magnésio baixo, níveis subclínicos estavam presentes em 29 sujeitos (29,3%), e níveis de hipomagnesemia em 34 indivíduos (34,3%). O nível médio do Mg no total da amostra diferiu significativamente (p<0,001) do valor normal ideal, mas não diferiu do considerado subclínico (p 0,311). No grupo com hipomagnesemia houve predomínio do sexo feminino e de pacientes com maior escolaridade. Glicemia de jejum foi mais elevada no grupo Mg baixo, e hemoglobina glicada no grupo Mg normal/alto, mas ambos sem diferença estatística. Níveis baixos de vitamina B12 foram encontrados em 12 pacientes (12,1%) e os níveis mais baixos de magnésio estavam presentes nos pacientes com deficiência de vitamina B12 (1,81±0,24 versus 2,01±0,29) com p=0,027. Antidiabéticos orais foram mais utilizados no grupo com Mg baixo. Não houve diferença entre magnésio sérico, ingestão calórica e magnésio e cálcio alimentares. Pacientes com DCV tiveram média de 2,01 mg% (IC 1,69-2,33 mg%) para o Mg. A doença cardiovascular esteve presente em 47,5% da amostra e pacientes com esta morbidade apresentaram 29,8% de prevalência de hipomagnesemia; infarto agudo do miocárdio (IAM) foi mais frequente no grupo com Mg normal/alto. Nossos dados apontam que hipomagnesemia em pacientes diabéticos deve ser considerada em níveis clínicos e subclínicos. Níveis baixos de Mg também estiveram associados à vitamina B12 baixa. Pacientes que apresentaram doenças cardiovasculares associadas também tiveram importante prevalência de hipomagnesemia incluindo níveis subclínicos, com exceção nos casos de IAM, em que níveis do magnésio sérico mantiveram-se no intervalo considerado normal ideal evidenciado por significativa diferença estatística (p<0,005).
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