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Este texto apresenta o livro de artista “Adjetivo Feminino: dicionário de experiências”, um trabalho participativo que recebeu relatos de 41 mulheres sobre adjetivos usados para caracterizá-las que as marcaram ao longo da vida, ligados ao seu gênero, a partir dos quais foram criados 59 verbetes. Através da análise desse trabalho, busca-se compreender em que medida as mulheres são vistas como sujeitas, atualmente, face a uma história de objetificação e domesticidade, para que suas falas possam ser reconhecidas e narrativas plurais sobre esse gênero possam ser incorporadas na sociedade. Com a articulação desenvolvida por Judith Butler (2003, 2021) entre a teoria dos atos de fala de John Austin (1990) e o conceito de performatividade de gênero, investigamos os efeitos da linguagem nas experiências formadoras da categoria “mulher”, bem como as possibilidades de deslocamento ou ressignificação dos discursos normativos de gênero através da criação de contranarrativas poéticas. Nesse sentido, compreende-se a produção artística de mulheres também como potência de transformação de enunciados patriarcais, conforme defende Griselda Pollock (2007), o que demonstra a relevância da ainda necessária discussão sobre a presença de mulheres na arte.