{"title":"All Nudity Will Be Punished》(Arnaldo Jabor,1972 年)以及 Nelson Rodrigues 与《Last Tango in Paris》(Bernardo Bertolucci,1972 年)的邂逅。","authors":"Gabriel Marques Fernandes","doi":"10.22475/rebeca.v13n1.915","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo problematiza o império interpretativo de Nelson Rodrigues sobre Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor, 1972). Considerando, junto de Robert Stam (2008 [2005]), que a ideia de fidelidade de uma adaptação cinematográfica é uma estratégia retórico-publicitária, a intriga que este texto busca solucionar é: existe uma possível leitura de Toda Nudez Será Castigada para além de Nelson Rodrigues? Para dar conta de responder a essa questão, Toda Nudez foi investigada em seu processo histórico, questionando, como destaca Rosangela Patriota (2018), acrescida de Pascal Ory (2015) e Walter Benjamin (1984), o processo de memorização da obra durante a investigação das fontes de época, publicadas na imprensa, e pesquisas acadêmicas; indagando, então, a cristalização da representação rodrigueana ao explorar, com ajuda da leitura de Paulo Roberto Monteiro de Araujo (2016) de Georges Didi-Huberman, as relações fantasmáticas entre as experiências da narrativa de Jabor com Último Tango em Paris (Bernardo Bertolucci, 1972); e seguindo a pista de comparação feita por diversos críticos que, ao longo do tempo, foram negligenciados pela herança de Rodrigues/Jabor sobre o filme. O texto, diante disso, é dividido em dois momentos: “O império representacional de Nelson Rodrigues”, em que é demonstrada a cristalização da interpretação da linhagem da representação de Nelson Rodrigues sobre o filme Toda Nudez Será Castigada e, em seguida, “As tensões entre Toda Nudez e Último Tango”, em que as narrativas das obras são analisadas. Através dessa incursão, entende-se que Último Tango amplifica os horizontes interpretativos de Toda Nudez para além de Nelson Rodrigues, propondo que o leitor pense, de forma preliminar, nas distinções entre modernização e modernidade na formação da humanidade – ancorado, teoricamente, em Ernst Cassirer (2001) e Hannah Arendt (2011) – em diferentes culturas.","PeriodicalId":325217,"journal":{"name":"Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual","volume":"359 15","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor, 1972) para além de Nelson Rodrigues um encontro com O Último Tango em Paris (Bernardo Bertolucci, 1972)\",\"authors\":\"Gabriel Marques Fernandes\",\"doi\":\"10.22475/rebeca.v13n1.915\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo problematiza o império interpretativo de Nelson Rodrigues sobre Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor, 1972). 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Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor, 1972) para além de Nelson Rodrigues um encontro com O Último Tango em Paris (Bernardo Bertolucci, 1972)
Este artigo problematiza o império interpretativo de Nelson Rodrigues sobre Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor, 1972). Considerando, junto de Robert Stam (2008 [2005]), que a ideia de fidelidade de uma adaptação cinematográfica é uma estratégia retórico-publicitária, a intriga que este texto busca solucionar é: existe uma possível leitura de Toda Nudez Será Castigada para além de Nelson Rodrigues? Para dar conta de responder a essa questão, Toda Nudez foi investigada em seu processo histórico, questionando, como destaca Rosangela Patriota (2018), acrescida de Pascal Ory (2015) e Walter Benjamin (1984), o processo de memorização da obra durante a investigação das fontes de época, publicadas na imprensa, e pesquisas acadêmicas; indagando, então, a cristalização da representação rodrigueana ao explorar, com ajuda da leitura de Paulo Roberto Monteiro de Araujo (2016) de Georges Didi-Huberman, as relações fantasmáticas entre as experiências da narrativa de Jabor com Último Tango em Paris (Bernardo Bertolucci, 1972); e seguindo a pista de comparação feita por diversos críticos que, ao longo do tempo, foram negligenciados pela herança de Rodrigues/Jabor sobre o filme. O texto, diante disso, é dividido em dois momentos: “O império representacional de Nelson Rodrigues”, em que é demonstrada a cristalização da interpretação da linhagem da representação de Nelson Rodrigues sobre o filme Toda Nudez Será Castigada e, em seguida, “As tensões entre Toda Nudez e Último Tango”, em que as narrativas das obras são analisadas. Através dessa incursão, entende-se que Último Tango amplifica os horizontes interpretativos de Toda Nudez para além de Nelson Rodrigues, propondo que o leitor pense, de forma preliminar, nas distinções entre modernização e modernidade na formação da humanidade – ancorado, teoricamente, em Ernst Cassirer (2001) e Hannah Arendt (2011) – em diferentes culturas.