Lavine Ledo Miranda, Laís Birchal Braga Borges, Larissa Gomes Melo Matos, Lucca Matoso dos Santos, Bárbara Mitraud Falcone Lara Resende
{"title":"多囊卵巢综合征与胰岛素抵抗在年轻女性 II 型糖尿病发病过程中的关系:预后影响","authors":"Lavine Ledo Miranda, Laís Birchal Braga Borges, Larissa Gomes Melo Matos, Lucca Matoso dos Santos, Bárbara Mitraud Falcone Lara Resende","doi":"10.34119/bjhrv7n4-033","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é um distúrbio metabólico crônico caracterizado por altos níveis de glicose no sangue por déficit de secreção de insulina pelas células β pancreáticas e por incapacidade de resposta a esse hormônio. Possui prevalência global e apresenta capacidade de evoluir com inúmeras complicações associadas que resultam no aumento da mortalidade afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Sua incidência crescente é impulsionada por fatores genéticos, estilo de vida sedentário e obesidade e representa uma ameaça à saúde pública que necessita de estratégias de prevenção focadas em mudanças no estilo de vida e manutenção de hábitos saudáveis para a redução do risco de desenvolvimento da doença. Ademais, a resistência à insulina (RI) associada ao DM2 também desempenha um papel crucial na Síndrome do Ovário Policístico (SOP), destacando a importância do monitoramento metabólico, especialmente em mulheres. A SOP é uma endocrinopatia caracterizada pela formação de múltiplos cistos ovarianos com desequilíbrio hormonal e sua etiologia ainda é desconhecida. Configura importante tema de saúde pública, pois afeta a qualidade de vida e a saúde reprodutiva feminina significativamente. As alterações hormonais cursam com infertilidade e aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasias, como o carcinoma de endométrio. Epidemiologicamente, a SOP é mais prevalente em mulheres pós-menopausa, atingindo aproximadamente entre 10 e 20% da população feminina mundial. Além disso, o distúrbio endócrino predispõe o desenvolvimento de uma síndrome metabólica, contexto em que muitas portadoras desenvolvem DM2. Objetivo: Explorar a correlação entre os impactos clínicos da SOP no diagnóstico e prognóstico da DM2 como também verificar a influência da DM2 no prognóstico da SOP em mulheres em idade reprodutiva. Metodologia: Foram realizadas buscas sistemáticas nas bases de dados MEDLINE e SciELO, utilizando descritores estratégicos para direcionar nossa investigação. Os termos-chave incluíram “polycystic ovary syndrom\", \"insulin resistence\", \"metabolism\", \"hormones\", \"diabetes\". Partindo de uma seleção de artigos criteriosa, visando incluir apenas estudos originais em língua inglesa, publicados no período entre 2019 e 2023. Resultados: Consoante às alterações ovarianas inerentes à SOP, a síndrome metabólica contribui para a manutenção da disfunção dos ovários, contribuindo de forma cíclica para o curso da doença. Desse modo, sugere-se que a SOP esteja associada a um conjunto de fatores extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo, impedindo que a condição seja restrita a determinado fator específico. Dentre eles, a obesidade e o padrão de vida sedentário predispõem um quadro de dislipidemia, condição que pode resultar no aumento da RI, que, junto a hiperinsulinemia desencadeada por fatores hormonais, podem acarretar no desenvolvimento de Diabetes Mellitus. A hiperinsulinemia contribui para a anovulação andrógeno-dependente por diferentes mecanismos descritos, como, por exemplo, pela influência na inibição da liberação de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) pelo fígado. Isso aumenta a biodisponibilidade da testosterona livre no sangue, desencadeando, assim, o aumento da atividade androgênica. Ademais, nota-se que a insulina aumenta os efeitos estimulantes do hormônio luteinizante (LH) que atua na produção de andrógenos nas células da teca ovariana. Verificou-se que a insulina estimula a liberação de gonadotrofina mediada por GnRH da hipófise anterior e regula positivamente a expressão de GnRH em neurônios GnRH hipotalâmicos, o que pode contribuir para elevar a biossíntese de andrógenos ovarianos e comprometer a função ovariana. Ademais, nota-se impactos da DM2 no prognóstico da SOP, em que as pacientes com a SOP demonstram-se acometidas, paralelamente, por outras complicações de metabolismo, atreladas à disfunção das células beta-pancreáticas, relacionadas à tolerância à glicose, às dislipidemias, a riscos de doenças cardiovasculares. Discussão: A SOP é associada a distúrbios metabólicos, como obesidade e RI, manifestando-se em hiperinsulinemia compensatória, tanto em mulheres obesas quanto magras, o que justifica o fato de pacientes com SOP terem maior risco de desenvolver síndrome metabólica e Diabetes Mellitus tipo II. Fatores de risco incluem exposições hormonais e ambientais durante a gestação e pós-natal. A desregulação da esteroidogênese placentária e exposição a andrógenos pós-natais podem induzir alterações epigenéticas que favorecem a SOP. A síndrome dos ovários policísticos está intimamente relacionada à DM2 por meio dos distúrbios metabólicos compartilhados. O controle da insulina é fundamental para reduzir os sintomas da SOP, melhorar a função ovariana e reduzir a produção de andrógenos. Além disso, essas condições aumentam significativamente o risco de outras anomalias metabólicas e doenças cardiovasculares. Estratégias para melhorar a sensibilidade à insulina, como o uso de metformina, têm se mostrado promissoras na otimização dos resultados clínicos e na redução dos riscos associados à SOP e ao DM2. Sendo de extrema importância o entendimento de todas as decorrências da síndrome para seu diagnóstico precoce e seu prognóstico. Conclusão: As complicações metabólicas, das quais destacam-se a dislipidemia e o risco aumentado de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II (DMII), requerem uma abordagem terapêutica abrangente que combine diferentes intervenções hormonais e perda de peso, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pacientes. Os desbalanços metabólicos gerados pela associação entre a SOP e a DM2 influenciam o subdiagnóstico de DM2 em pacientes com a síndrome, assim como a DM2 também impacta no prognóstico da SOP. RI e a hiperinsulinemia recorrentes se associam à elevação do risco de desenvolvimento de hipertensão, dislipidemias, doenças cardiovasculares e DM2, mais frequentes em casos de obesidade e SOP. A simultaneidade entre SOP e DM2 e a RI presente impactam no prognóstico, com enfoque no aumento do risco cardiovascular, o que demanda um manejo clínico adequado para realização de diagnóstico precoce. Hyperinsulinemia contributes to androgen-dependent anovulation by different described mechanisms, such as, for example, the influence on the inhibition of the release of sex hormone binding globulin (SHBG) in the body. This increases the bioavailability of free testosterone in blood, triggering, as well, the increase in androgen activity. Additionally, it is noted that insulin increases the stimulating effects of luteinizing hormone (LH) that regulates the production of androgens in the ovarian teak cells. It is verified that insulin stimulates GnRH-mediated gonadotropin release in the anterior pituitary and positively regulates GnRH expression in hypothalamic GnRH neurons, or that it may contribute to elevating ovarian androgen biosynthesis and compromising ovarian function. Furthermore, note the impacts of DM2, which is not prognostic of PCOS, in that patients with PCOS demonstrate that they are simultaneously affected by other metabolic complications, linked to beta-pancreatic cell dysfunction, related to glucose tolerance, and dyslipidemias. , to risks of cardiovascular diseases. Discussion: PCOS is associated with metabolic disorders, such as obesity and IR, manifesting itself in compensatory hyperinsulinemia, both in obese and lean women, or which justifies the fact that patients with PCOS are at greater risk of developing metabolic syndrome and Type II Diabetes Mellitus. . Risk factors include hormonal and environmental exposures during pregnancy and post-natal life. Placental steroidogenic deregulation and postnatal androgen exposure can induce epigenetic alterations that favor PCOS. Polycystic ovary syndrome is closely related to DM2 due to two shared metabolic disorders. Controlling insulin is essential to reduce PCOS symptoms, improve ovarian function and reduce androgen production. Furthermore, these conditions significantly increase the risk of other metabolic anomalies and cardiovascular diseases. Strategies to improve insulin sensitivity, such as the use of metformin, have shown promise in optimizing clinical outcomes and reducing the risks associated with PCOS and T2DM. It is of extreme importance to understand all the characteristics of the syndrome for its early diagnosis and prognosis. Conclusion: As metabolic complications, which highlight dyslipidemia and the increased risk of developing Diabetes Mellitus type II (DMII), require an open therapeutic approach that combines different hormonal interventions and weight loss, in order to improve the quality of patient lives. The metabolic imbalances generated by the association between PCOS and DM2 influence the underdiagnosis of DM2 in patients with the syndrome, as well as DM2 also impacts the prognosis of PCOS. RI and recurring hyperinsulinemia are associated with an increase in the risk of developing hypertension, dyslipidemia, cardiovascular diseases and DM2, more common in cases of obesity and PCOS. The simultaneity between PCOS and T2DM and IR present a prognostic impact, with a focus on not increasing cardiovascular risk, or requiring adequate clinical management for early diagnosis.","PeriodicalId":505655,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Health Review","volume":" 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Relação entre síndrome dos ovários policísticos e resistência à insulina no desenvolvimento de Diabetes Tipo II em mulheres jovens: implicações prognósticas\",\"authors\":\"Lavine Ledo Miranda, Laís Birchal Braga Borges, Larissa Gomes Melo Matos, Lucca Matoso dos Santos, Bárbara Mitraud Falcone Lara Resende\",\"doi\":\"10.34119/bjhrv7n4-033\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é um distúrbio metabólico crônico caracterizado por altos níveis de glicose no sangue por déficit de secreção de insulina pelas células β pancreáticas e por incapacidade de resposta a esse hormônio. Possui prevalência global e apresenta capacidade de evoluir com inúmeras complicações associadas que resultam no aumento da mortalidade afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Sua incidência crescente é impulsionada por fatores genéticos, estilo de vida sedentário e obesidade e representa uma ameaça à saúde pública que necessita de estratégias de prevenção focadas em mudanças no estilo de vida e manutenção de hábitos saudáveis para a redução do risco de desenvolvimento da doença. Ademais, a resistência à insulina (RI) associada ao DM2 também desempenha um papel crucial na Síndrome do Ovário Policístico (SOP), destacando a importância do monitoramento metabólico, especialmente em mulheres. A SOP é uma endocrinopatia caracterizada pela formação de múltiplos cistos ovarianos com desequilíbrio hormonal e sua etiologia ainda é desconhecida. Configura importante tema de saúde pública, pois afeta a qualidade de vida e a saúde reprodutiva feminina significativamente. As alterações hormonais cursam com infertilidade e aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasias, como o carcinoma de endométrio. Epidemiologicamente, a SOP é mais prevalente em mulheres pós-menopausa, atingindo aproximadamente entre 10 e 20% da população feminina mundial. Além disso, o distúrbio endócrino predispõe o desenvolvimento de uma síndrome metabólica, contexto em que muitas portadoras desenvolvem DM2. Objetivo: Explorar a correlação entre os impactos clínicos da SOP no diagnóstico e prognóstico da DM2 como também verificar a influência da DM2 no prognóstico da SOP em mulheres em idade reprodutiva. Metodologia: Foram realizadas buscas sistemáticas nas bases de dados MEDLINE e SciELO, utilizando descritores estratégicos para direcionar nossa investigação. Os termos-chave incluíram “polycystic ovary syndrom\\\", \\\"insulin resistence\\\", \\\"metabolism\\\", \\\"hormones\\\", \\\"diabetes\\\". Partindo de uma seleção de artigos criteriosa, visando incluir apenas estudos originais em língua inglesa, publicados no período entre 2019 e 2023. Resultados: Consoante às alterações ovarianas inerentes à SOP, a síndrome metabólica contribui para a manutenção da disfunção dos ovários, contribuindo de forma cíclica para o curso da doença. Desse modo, sugere-se que a SOP esteja associada a um conjunto de fatores extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo, impedindo que a condição seja restrita a determinado fator específico. Dentre eles, a obesidade e o padrão de vida sedentário predispõem um quadro de dislipidemia, condição que pode resultar no aumento da RI, que, junto a hiperinsulinemia desencadeada por fatores hormonais, podem acarretar no desenvolvimento de Diabetes Mellitus. A hiperinsulinemia contribui para a anovulação andrógeno-dependente por diferentes mecanismos descritos, como, por exemplo, pela influência na inibição da liberação de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) pelo fígado. Isso aumenta a biodisponibilidade da testosterona livre no sangue, desencadeando, assim, o aumento da atividade androgênica. Ademais, nota-se que a insulina aumenta os efeitos estimulantes do hormônio luteinizante (LH) que atua na produção de andrógenos nas células da teca ovariana. Verificou-se que a insulina estimula a liberação de gonadotrofina mediada por GnRH da hipófise anterior e regula positivamente a expressão de GnRH em neurônios GnRH hipotalâmicos, o que pode contribuir para elevar a biossíntese de andrógenos ovarianos e comprometer a função ovariana. Ademais, nota-se impactos da DM2 no prognóstico da SOP, em que as pacientes com a SOP demonstram-se acometidas, paralelamente, por outras complicações de metabolismo, atreladas à disfunção das células beta-pancreáticas, relacionadas à tolerância à glicose, às dislipidemias, a riscos de doenças cardiovasculares. Discussão: A SOP é associada a distúrbios metabólicos, como obesidade e RI, manifestando-se em hiperinsulinemia compensatória, tanto em mulheres obesas quanto magras, o que justifica o fato de pacientes com SOP terem maior risco de desenvolver síndrome metabólica e Diabetes Mellitus tipo II. Fatores de risco incluem exposições hormonais e ambientais durante a gestação e pós-natal. A desregulação da esteroidogênese placentária e exposição a andrógenos pós-natais podem induzir alterações epigenéticas que favorecem a SOP. A síndrome dos ovários policísticos está intimamente relacionada à DM2 por meio dos distúrbios metabólicos compartilhados. O controle da insulina é fundamental para reduzir os sintomas da SOP, melhorar a função ovariana e reduzir a produção de andrógenos. Além disso, essas condições aumentam significativamente o risco de outras anomalias metabólicas e doenças cardiovasculares. Estratégias para melhorar a sensibilidade à insulina, como o uso de metformina, têm se mostrado promissoras na otimização dos resultados clínicos e na redução dos riscos associados à SOP e ao DM2. Sendo de extrema importância o entendimento de todas as decorrências da síndrome para seu diagnóstico precoce e seu prognóstico. Conclusão: As complicações metabólicas, das quais destacam-se a dislipidemia e o risco aumentado de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II (DMII), requerem uma abordagem terapêutica abrangente que combine diferentes intervenções hormonais e perda de peso, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pacientes. Os desbalanços metabólicos gerados pela associação entre a SOP e a DM2 influenciam o subdiagnóstico de DM2 em pacientes com a síndrome, assim como a DM2 também impacta no prognóstico da SOP. RI e a hiperinsulinemia recorrentes se associam à elevação do risco de desenvolvimento de hipertensão, dislipidemias, doenças cardiovasculares e DM2, mais frequentes em casos de obesidade e SOP. A simultaneidade entre SOP e DM2 e a RI presente impactam no prognóstico, com enfoque no aumento do risco cardiovascular, o que demanda um manejo clínico adequado para realização de diagnóstico precoce. Hyperinsulinemia contributes to androgen-dependent anovulation by different described mechanisms, such as, for example, the influence on the inhibition of the release of sex hormone binding globulin (SHBG) in the body. This increases the bioavailability of free testosterone in blood, triggering, as well, the increase in androgen activity. Additionally, it is noted that insulin increases the stimulating effects of luteinizing hormone (LH) that regulates the production of androgens in the ovarian teak cells. It is verified that insulin stimulates GnRH-mediated gonadotropin release in the anterior pituitary and positively regulates GnRH expression in hypothalamic GnRH neurons, or that it may contribute to elevating ovarian androgen biosynthesis and compromising ovarian function. Furthermore, note the impacts of DM2, which is not prognostic of PCOS, in that patients with PCOS demonstrate that they are simultaneously affected by other metabolic complications, linked to beta-pancreatic cell dysfunction, related to glucose tolerance, and dyslipidemias. , to risks of cardiovascular diseases. Discussion: PCOS is associated with metabolic disorders, such as obesity and IR, manifesting itself in compensatory hyperinsulinemia, both in obese and lean women, or which justifies the fact that patients with PCOS are at greater risk of developing metabolic syndrome and Type II Diabetes Mellitus. . Risk factors include hormonal and environmental exposures during pregnancy and post-natal life. Placental steroidogenic deregulation and postnatal androgen exposure can induce epigenetic alterations that favor PCOS. Polycystic ovary syndrome is closely related to DM2 due to two shared metabolic disorders. Controlling insulin is essential to reduce PCOS symptoms, improve ovarian function and reduce androgen production. Furthermore, these conditions significantly increase the risk of other metabolic anomalies and cardiovascular diseases. Strategies to improve insulin sensitivity, such as the use of metformin, have shown promise in optimizing clinical outcomes and reducing the risks associated with PCOS and T2DM. It is of extreme importance to understand all the characteristics of the syndrome for its early diagnosis and prognosis. Conclusion: As metabolic complications, which highlight dyslipidemia and the increased risk of developing Diabetes Mellitus type II (DMII), require an open therapeutic approach that combines different hormonal interventions and weight loss, in order to improve the quality of patient lives. The metabolic imbalances generated by the association between PCOS and DM2 influence the underdiagnosis of DM2 in patients with the syndrome, as well as DM2 also impacts the prognosis of PCOS. RI and recurring hyperinsulinemia are associated with an increase in the risk of developing hypertension, dyslipidemia, cardiovascular diseases and DM2, more common in cases of obesity and PCOS. The simultaneity between PCOS and T2DM and IR present a prognostic impact, with a focus on not increasing cardiovascular risk, or requiring adequate clinical management for early diagnosis.\",\"PeriodicalId\":505655,\"journal\":{\"name\":\"Brazilian Journal of Health Review\",\"volume\":\" 10\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-07-04\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Brazilian Journal of Health Review\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-033\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of Health Review","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-033","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Relação entre síndrome dos ovários policísticos e resistência à insulina no desenvolvimento de Diabetes Tipo II em mulheres jovens: implicações prognósticas
Introdução: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é um distúrbio metabólico crônico caracterizado por altos níveis de glicose no sangue por déficit de secreção de insulina pelas células β pancreáticas e por incapacidade de resposta a esse hormônio. Possui prevalência global e apresenta capacidade de evoluir com inúmeras complicações associadas que resultam no aumento da mortalidade afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Sua incidência crescente é impulsionada por fatores genéticos, estilo de vida sedentário e obesidade e representa uma ameaça à saúde pública que necessita de estratégias de prevenção focadas em mudanças no estilo de vida e manutenção de hábitos saudáveis para a redução do risco de desenvolvimento da doença. Ademais, a resistência à insulina (RI) associada ao DM2 também desempenha um papel crucial na Síndrome do Ovário Policístico (SOP), destacando a importância do monitoramento metabólico, especialmente em mulheres. A SOP é uma endocrinopatia caracterizada pela formação de múltiplos cistos ovarianos com desequilíbrio hormonal e sua etiologia ainda é desconhecida. Configura importante tema de saúde pública, pois afeta a qualidade de vida e a saúde reprodutiva feminina significativamente. As alterações hormonais cursam com infertilidade e aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasias, como o carcinoma de endométrio. Epidemiologicamente, a SOP é mais prevalente em mulheres pós-menopausa, atingindo aproximadamente entre 10 e 20% da população feminina mundial. Além disso, o distúrbio endócrino predispõe o desenvolvimento de uma síndrome metabólica, contexto em que muitas portadoras desenvolvem DM2. Objetivo: Explorar a correlação entre os impactos clínicos da SOP no diagnóstico e prognóstico da DM2 como também verificar a influência da DM2 no prognóstico da SOP em mulheres em idade reprodutiva. Metodologia: Foram realizadas buscas sistemáticas nas bases de dados MEDLINE e SciELO, utilizando descritores estratégicos para direcionar nossa investigação. Os termos-chave incluíram “polycystic ovary syndrom", "insulin resistence", "metabolism", "hormones", "diabetes". Partindo de uma seleção de artigos criteriosa, visando incluir apenas estudos originais em língua inglesa, publicados no período entre 2019 e 2023. Resultados: Consoante às alterações ovarianas inerentes à SOP, a síndrome metabólica contribui para a manutenção da disfunção dos ovários, contribuindo de forma cíclica para o curso da doença. Desse modo, sugere-se que a SOP esteja associada a um conjunto de fatores extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo, impedindo que a condição seja restrita a determinado fator específico. Dentre eles, a obesidade e o padrão de vida sedentário predispõem um quadro de dislipidemia, condição que pode resultar no aumento da RI, que, junto a hiperinsulinemia desencadeada por fatores hormonais, podem acarretar no desenvolvimento de Diabetes Mellitus. A hiperinsulinemia contribui para a anovulação andrógeno-dependente por diferentes mecanismos descritos, como, por exemplo, pela influência na inibição da liberação de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) pelo fígado. Isso aumenta a biodisponibilidade da testosterona livre no sangue, desencadeando, assim, o aumento da atividade androgênica. Ademais, nota-se que a insulina aumenta os efeitos estimulantes do hormônio luteinizante (LH) que atua na produção de andrógenos nas células da teca ovariana. Verificou-se que a insulina estimula a liberação de gonadotrofina mediada por GnRH da hipófise anterior e regula positivamente a expressão de GnRH em neurônios GnRH hipotalâmicos, o que pode contribuir para elevar a biossíntese de andrógenos ovarianos e comprometer a função ovariana. Ademais, nota-se impactos da DM2 no prognóstico da SOP, em que as pacientes com a SOP demonstram-se acometidas, paralelamente, por outras complicações de metabolismo, atreladas à disfunção das células beta-pancreáticas, relacionadas à tolerância à glicose, às dislipidemias, a riscos de doenças cardiovasculares. Discussão: A SOP é associada a distúrbios metabólicos, como obesidade e RI, manifestando-se em hiperinsulinemia compensatória, tanto em mulheres obesas quanto magras, o que justifica o fato de pacientes com SOP terem maior risco de desenvolver síndrome metabólica e Diabetes Mellitus tipo II. Fatores de risco incluem exposições hormonais e ambientais durante a gestação e pós-natal. A desregulação da esteroidogênese placentária e exposição a andrógenos pós-natais podem induzir alterações epigenéticas que favorecem a SOP. A síndrome dos ovários policísticos está intimamente relacionada à DM2 por meio dos distúrbios metabólicos compartilhados. O controle da insulina é fundamental para reduzir os sintomas da SOP, melhorar a função ovariana e reduzir a produção de andrógenos. Além disso, essas condições aumentam significativamente o risco de outras anomalias metabólicas e doenças cardiovasculares. Estratégias para melhorar a sensibilidade à insulina, como o uso de metformina, têm se mostrado promissoras na otimização dos resultados clínicos e na redução dos riscos associados à SOP e ao DM2. Sendo de extrema importância o entendimento de todas as decorrências da síndrome para seu diagnóstico precoce e seu prognóstico. Conclusão: As complicações metabólicas, das quais destacam-se a dislipidemia e o risco aumentado de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II (DMII), requerem uma abordagem terapêutica abrangente que combine diferentes intervenções hormonais e perda de peso, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pacientes. Os desbalanços metabólicos gerados pela associação entre a SOP e a DM2 influenciam o subdiagnóstico de DM2 em pacientes com a síndrome, assim como a DM2 também impacta no prognóstico da SOP. RI e a hiperinsulinemia recorrentes se associam à elevação do risco de desenvolvimento de hipertensão, dislipidemias, doenças cardiovasculares e DM2, mais frequentes em casos de obesidade e SOP. A simultaneidade entre SOP e DM2 e a RI presente impactam no prognóstico, com enfoque no aumento do risco cardiovascular, o que demanda um manejo clínico adequado para realização de diagnóstico precoce. Hyperinsulinemia contributes to androgen-dependent anovulation by different described mechanisms, such as, for example, the influence on the inhibition of the release of sex hormone binding globulin (SHBG) in the body. This increases the bioavailability of free testosterone in blood, triggering, as well, the increase in androgen activity. Additionally, it is noted that insulin increases the stimulating effects of luteinizing hormone (LH) that regulates the production of androgens in the ovarian teak cells. It is verified that insulin stimulates GnRH-mediated gonadotropin release in the anterior pituitary and positively regulates GnRH expression in hypothalamic GnRH neurons, or that it may contribute to elevating ovarian androgen biosynthesis and compromising ovarian function. Furthermore, note the impacts of DM2, which is not prognostic of PCOS, in that patients with PCOS demonstrate that they are simultaneously affected by other metabolic complications, linked to beta-pancreatic cell dysfunction, related to glucose tolerance, and dyslipidemias. , to risks of cardiovascular diseases. Discussion: PCOS is associated with metabolic disorders, such as obesity and IR, manifesting itself in compensatory hyperinsulinemia, both in obese and lean women, or which justifies the fact that patients with PCOS are at greater risk of developing metabolic syndrome and Type II Diabetes Mellitus. . Risk factors include hormonal and environmental exposures during pregnancy and post-natal life. Placental steroidogenic deregulation and postnatal androgen exposure can induce epigenetic alterations that favor PCOS. Polycystic ovary syndrome is closely related to DM2 due to two shared metabolic disorders. Controlling insulin is essential to reduce PCOS symptoms, improve ovarian function and reduce androgen production. Furthermore, these conditions significantly increase the risk of other metabolic anomalies and cardiovascular diseases. Strategies to improve insulin sensitivity, such as the use of metformin, have shown promise in optimizing clinical outcomes and reducing the risks associated with PCOS and T2DM. It is of extreme importance to understand all the characteristics of the syndrome for its early diagnosis and prognosis. Conclusion: As metabolic complications, which highlight dyslipidemia and the increased risk of developing Diabetes Mellitus type II (DMII), require an open therapeutic approach that combines different hormonal interventions and weight loss, in order to improve the quality of patient lives. The metabolic imbalances generated by the association between PCOS and DM2 influence the underdiagnosis of DM2 in patients with the syndrome, as well as DM2 also impacts the prognosis of PCOS. RI and recurring hyperinsulinemia are associated with an increase in the risk of developing hypertension, dyslipidemia, cardiovascular diseases and DM2, more common in cases of obesity and PCOS. The simultaneity between PCOS and T2DM and IR present a prognostic impact, with a focus on not increasing cardiovascular risk, or requiring adequate clinical management for early diagnosis.