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摘要
本评论的对象是 Deivison Faustino 和 Walter Lippold(2023 年)所著的《数字殖民主义:迈向黑客-粉丝式批判》(Digital Colonialism: Towards a Hacker-Fanonian Critique)一书。在这本充满力量和挑战的书中,我们看到了这样一个提议:将霸权主义数字殖民研究中迄今为止一直被忽视的一个话题--数字殖民主义与种族主义的关系--拿出来公开讨论。正如作者所说,没有殖民主义就没有资本主义,没有种族主义就没有殖民主义。尤其是反黑人的种族主义。在构建观点的过程中,他们指出,这不是一个妖魔化或攻击信息世界的问题,而是思考如何利用信息世界来维护资本主义甚至新自由主义所建立的权力意识形态。作者们对数字殖民主义的逻辑及其当代形式的奴役提出了质疑,并试图指出将处于次等地位的人民从那些控制信息社会中技术知识的生产和执行的人手中真正解放出来的方法。为了摆脱这种自相矛盾的险恶局面,他们将法农的革命思想--反殖民主义的同化、同化、改造和创造--与黑客行动主义运动结合起来。这一运动寻求越界,以获取和构建有效的民主化,从而实现技术多样性。
Essa resenha tem como objeto de interlocução o livro Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana, de Deivison Faustino e Walter Lippold (2023). Nas páginas deste livro, potente e desafiador, vamos nos encontrar com a proposição de trazer para o debate público um tema até então negligenciado nos estudos coloniais digitais hegemônicos: sua relação com racismo. Afinal, como dizem os autores, não há capitalismo sem colonialismo e, não há colonialismo sem racismo. Racismo, em especial, o anti-negro. No decorrer da construção de suas ideias assinalam que não se trata de demonizar ou atacar o mundo informacional, mas sim, pensar como esse é utilizado para manutenção das ideologias de poder instauradas pelo capitalismo, ou ainda, o neoliberalismo. Os autores problematizam a lógica do colonialismo digital, com sua forma escravocrata contemporânea e buscam apontar caminhos para uma genuína emancipação dos povos subalternizados, em relação aos que detêm o controle da produção e execução do saber tecnológico, na sociedade informacional. Para viabilizar possíveis saídas deste cenário paradoxal e sinistro, recorrem ao pensar revolucionário de Fanon - o canibalização anticolonial - assimilação, transformação e criação; juntamente com o movimento do hacktivismo. Este que busca transgredir em busca do acesso e da construção de uma efetiva democratização que permita a tecnodiversidade.