{"title":"葡萄牙国王若昂一世(1385-1433 年)葬礼记忆构建中的宣传与政治合法化","authors":"Hugo Rincon Azevedo","doi":"10.5902/2357797587798","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo investiga a construção e o papel das narrativas sobre a morte do rei D. João I de Portugal (1385 – 1433) como ferramentas de legitimação dinástica da Casa de Avis no século XV. As narrativas sobre a morte régia serviram para fabricar histórias dinásticas destinadas a legitimar o poder dos príncipes na Idade Média tardia. Os cronistas régios portugueses, como Fernão Lopes, Gomes Zurara, Rui de Pina, Garcia de Resende e Duarte Nunes Leão, desempenharam um papel crucial na cristalização das memórias da dinastia, utilizando discursos idealizadores para engrandecer os monarcas. A Batalha de Aljubarrota de 1385, considerada a \"certidão de nascimento\" da Dinastia de Avis, foi um elemento central nessas narrativas, evidenciado no epitáfio de D. João I no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Este mosteiro tornou-se uma \"crônica em pedra\", simbolizando o poder e servindo como um instrumento de legitimação de uma Casa Real que ascendeu ao trono de forma ilegítima. Entendemos que a construção das narrativas sobre a morte desses soberanos dentro do conceito de “usos do passado”, que serviram a um projeto de consagração do rei fundador e seus descendentes. É nesse contexto que cotejamos as fontes, crônicas e monumentos funerários da Batalha, investigando a construção das narrativas sobre a morte do de D. João I como instrumentos de legitimação, propaganda política e afirmação dinástica de Avis no século XV.","PeriodicalId":494899,"journal":{"name":"Revista InterAção","volume":"16 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-06-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Propaganda e Legitimação Política na construção da memória funerária do rei D. João I de Portugal (1385 – 1433)\",\"authors\":\"Hugo Rincon Azevedo\",\"doi\":\"10.5902/2357797587798\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo investiga a construção e o papel das narrativas sobre a morte do rei D. João I de Portugal (1385 – 1433) como ferramentas de legitimação dinástica da Casa de Avis no século XV. As narrativas sobre a morte régia serviram para fabricar histórias dinásticas destinadas a legitimar o poder dos príncipes na Idade Média tardia. Os cronistas régios portugueses, como Fernão Lopes, Gomes Zurara, Rui de Pina, Garcia de Resende e Duarte Nunes Leão, desempenharam um papel crucial na cristalização das memórias da dinastia, utilizando discursos idealizadores para engrandecer os monarcas. A Batalha de Aljubarrota de 1385, considerada a \\\"certidão de nascimento\\\" da Dinastia de Avis, foi um elemento central nessas narrativas, evidenciado no epitáfio de D. João I no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Este mosteiro tornou-se uma \\\"crônica em pedra\\\", simbolizando o poder e servindo como um instrumento de legitimação de uma Casa Real que ascendeu ao trono de forma ilegítima. Entendemos que a construção das narrativas sobre a morte desses soberanos dentro do conceito de “usos do passado”, que serviram a um projeto de consagração do rei fundador e seus descendentes. É nesse contexto que cotejamos as fontes, crônicas e monumentos funerários da Batalha, investigando a construção das narrativas sobre a morte do de D. João I como instrumentos de legitimação, propaganda política e afirmação dinástica de Avis no século XV.\",\"PeriodicalId\":494899,\"journal\":{\"name\":\"Revista InterAção\",\"volume\":\"16 6\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-06-12\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista InterAção\",\"FirstCategoryId\":\"0\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5902/2357797587798\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista InterAção","FirstCategoryId":"0","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5902/2357797587798","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Propaganda e Legitimação Política na construção da memória funerária do rei D. João I de Portugal (1385 – 1433)
Este artigo investiga a construção e o papel das narrativas sobre a morte do rei D. João I de Portugal (1385 – 1433) como ferramentas de legitimação dinástica da Casa de Avis no século XV. As narrativas sobre a morte régia serviram para fabricar histórias dinásticas destinadas a legitimar o poder dos príncipes na Idade Média tardia. Os cronistas régios portugueses, como Fernão Lopes, Gomes Zurara, Rui de Pina, Garcia de Resende e Duarte Nunes Leão, desempenharam um papel crucial na cristalização das memórias da dinastia, utilizando discursos idealizadores para engrandecer os monarcas. A Batalha de Aljubarrota de 1385, considerada a "certidão de nascimento" da Dinastia de Avis, foi um elemento central nessas narrativas, evidenciado no epitáfio de D. João I no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Este mosteiro tornou-se uma "crônica em pedra", simbolizando o poder e servindo como um instrumento de legitimação de uma Casa Real que ascendeu ao trono de forma ilegítima. Entendemos que a construção das narrativas sobre a morte desses soberanos dentro do conceito de “usos do passado”, que serviram a um projeto de consagração do rei fundador e seus descendentes. É nesse contexto que cotejamos as fontes, crônicas e monumentos funerários da Batalha, investigando a construção das narrativas sobre a morte do de D. João I como instrumentos de legitimação, propaganda política e afirmação dinástica de Avis no século XV.