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Resgate histórico da educação superior no brasil: casos-índice de colonialidade na universidade
Neste texto, pretendo melhor fundamentar a hipótese da colonialidade acadêmica no Brasil, buscando abrir novos debates sobre estratégias e ações de descolonização da universidade brasileira. Primeiro, proponho revisitar a teoria da colonialidade de Aníbal Quijano e outros autores, introduzindo a proposta de uma teoria dialética da colonização, formulada por Alfredo Bosi. Em segundo lugar, apresento uma discussão específica sobre a Universidade como espaço de reprodução da colonialidade do saber, do ser, e como fonte de criação da cultura hegemônica nas formações sociais contemporâneas. Terceiro, trago uma análise mais aprofundada de casos-índice de colonialidade, buscando interpretá-los numa perspectiva microhistórica, a saber: a negação de Cabanis na história da Educação Superior, o mito da universidade humboldtiana, a danação de Flexner no ensino médico nacional, ou o protagonismo esquecido de Sucupira na reforma universitária de 1968, conduzida pelo regime militar. Esse esforço integra-se a uma agenda política acadêmica de descolonização da matriz colonial de poder e seus efeitos sobre os espaços de produção de relações sociais, conhecimentos sistematizados, saberes tácitos e práticas culturais no campo da Educação Superior.