{"title":"正义与堕落","authors":"Arthur Freire Simões Pires, A. Hohlfeldt","doi":"10.15448/1984-7726.2024.1.44720","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo o estudo do pensamento do escritor e jornalista argelino Albert Camus no que se refere à ideia de justiça, procurando responder à pergunta: sobre qual justiça falava Camus? Situado, portanto, na interface entre as subáreas do Jornalismo e da Literatura, o estudo buscou, em A queda e em quatro de seus escritos jornalísticos no jornal Combat, elementos que, seja pela ficção romanesca ou pelo ensaísmo jornalístico, fornecessem indícios que possibilitassem a interpretação. Logo, foi feita uma reconstituição de aspectos fundamentais da biografia de Camus por meio de uma extensa pesquisa bibliográfica a fim de descrever de modo fiel sua trajetória de vida. Depois, foi feito esforço de, em face às questões históricas que enfrentou durante sua cronologia, apresentar marcos temporais importantes (como a invasão nazista à França) e o papel que ele desempenhava como sujeito que intervinha no debate público, isto é, intelectual público. Como resultados, tem-se que Camus abordava, em seus escritos periodísticos, a questão da justiça sob dois vieses distintos: (1) como reparação histórica às injustiças socialmente presentes em determinado momento e (2) como responsabilidade em relação à coletividade — percebe-se que, em ambas situações, o caráter público é denominador comum. Isso entrecruzado com o romance em questão traz a lume que Camus elabora sutis críticas em meio à narrativa enquanto, ao mesmo tempo, formula uma nova reflexão, no entanto, de caráter individual. Em outras palavras, em A queda, o escritor suscita, através de diferentes representações, apreciação sobre a relação do indivíduo com a injustiça social que se tem espraiada pela vida pública.","PeriodicalId":506556,"journal":{"name":"Letras de Hoje","volume":" 37","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A justiça e A queda\",\"authors\":\"Arthur Freire Simões Pires, A. Hohlfeldt\",\"doi\":\"10.15448/1984-7726.2024.1.44720\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo tem como objetivo o estudo do pensamento do escritor e jornalista argelino Albert Camus no que se refere à ideia de justiça, procurando responder à pergunta: sobre qual justiça falava Camus? 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Este artigo tem como objetivo o estudo do pensamento do escritor e jornalista argelino Albert Camus no que se refere à ideia de justiça, procurando responder à pergunta: sobre qual justiça falava Camus? Situado, portanto, na interface entre as subáreas do Jornalismo e da Literatura, o estudo buscou, em A queda e em quatro de seus escritos jornalísticos no jornal Combat, elementos que, seja pela ficção romanesca ou pelo ensaísmo jornalístico, fornecessem indícios que possibilitassem a interpretação. Logo, foi feita uma reconstituição de aspectos fundamentais da biografia de Camus por meio de uma extensa pesquisa bibliográfica a fim de descrever de modo fiel sua trajetória de vida. Depois, foi feito esforço de, em face às questões históricas que enfrentou durante sua cronologia, apresentar marcos temporais importantes (como a invasão nazista à França) e o papel que ele desempenhava como sujeito que intervinha no debate público, isto é, intelectual público. Como resultados, tem-se que Camus abordava, em seus escritos periodísticos, a questão da justiça sob dois vieses distintos: (1) como reparação histórica às injustiças socialmente presentes em determinado momento e (2) como responsabilidade em relação à coletividade — percebe-se que, em ambas situações, o caráter público é denominador comum. Isso entrecruzado com o romance em questão traz a lume que Camus elabora sutis críticas em meio à narrativa enquanto, ao mesmo tempo, formula uma nova reflexão, no entanto, de caráter individual. Em outras palavras, em A queda, o escritor suscita, através de diferentes representações, apreciação sobre a relação do indivíduo com a injustiça social que se tem espraiada pela vida pública.