Variações da forma e do tamanho craniofacial permitem identificar maloclusões dentárias?

A partir da classificação de Angle, identificar e comparar alterações na forma e no tamanho da região craniofacial em telerradiografias laterais de face de indivíduos portadores de maloclusões dentárias. Trata-se de um estudo analítico transversal, realizado por meio da análise morfométrica de telerradiografias de indivíduos adultos portadores de maloclusões Classes I, II e III. Com o auxílio de pontos craniométricos e cefalométricos convencionais, marcos e semimarcos anatômicos foram inseridos. Para a verificação da variação da forma, realizou-se a MANOVA, análise de variável canônica, distância de Mahalanobis e Procrustes, função discriminante e validação cruzada. Também foi realizada a one-way ANOVA para o tamanho, com base no tamanho do centroide. Nas telerradiografias, foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre as formas craniofaciais dos três grupos, a partir da MANOVA. A partir das grades de deformação, foi possível observar variações nas regiões mentoniana e anterior de maxila. A variação na forma das estruturas foi mais acentuada em telerradiografias do grupo com Classe III. As medidas das distâncias de Mahalanobis e de Procrustes foram maiores nas telerradiografias com maloclusões Classes II e III, corroborando com os resultados encontrados pela validação cruzada. Diferenças de tamanho (p<0,05) foram encontradas, a partir da one-way ANOVA e do teste de Tukey, ao comparar indivíduos Classe I com os demais grupos. A morfometria geométrica permitiu identificar variações da forma e do tamanho das estruturas craniofaciais. Essa técnica, quando aplicada às telerradiografias laterais, mostrou-se um método auxiliar promissor para caracterizar as maloclusões dentárias, segundo a classificação de Angle.