在原点认识自己,穿越时空

Ágata Barbi
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Como a psicanálise pode avançar em outros territórios, sem que com isso se afaste dos seus fundamentos e se torne uma militância política? Essas inquietações, instigadas principalmente pela minha participação em coletivos de psicanálise, apontaram na direção dos efeitos do trabalho coletivo como potência de transformação social e da própria psicanálise. A partir de Freud, Laplanche, Danto e alguns outros, faço um percorrido pela história e relevância das clínicas públicas, suas diferenças com a clínica privada e, com isso, uma reflexão sobre a posição e o desejo do analista. 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摘要

从弗洛伊德关于其临床生涯的著作一开始,我们就可以看到他对自己所聆听和研究的事物的焦躁不安,显示出他的专注、不安和创造力。在这篇文章的开头,我简要回顾了精神分析的创建历史,目的是在我们今天的实践中重新发现这种不安分的痕迹。很明显,精神分析是在与我们今天所处的环境和文化不同的背景下产生的,尤其是在巴西,因此我们不可能简单地将其割裂开来。考虑到我们今天在巴西所处的严峻的经济、社会和种族形势,我们如何才能在不复制个人化的痛苦逻辑或不将其作为新自由主义功利主义话语的幌子,从而不产生当代恐惧症和种族主义的情况下维持精神分析方法?精神分析如何才能进入其他领域,而又不脱离其基础,成为一种政治激进主义?这些问题主要是由我参与精神分析集体活动引发的,其方向是集体工作作为社会变革和精神分析本身的一种力量所产生的影响。基于弗洛伊德、拉普兰什、丹托和其他一些人的观点,我审视了公共诊所的历史和相关性、它们与私人诊所的区别,并由此反思了分析师的立场和愿望。作为解决上述问题的可能途径,我的论点基于弗雷德里克-格罗斯(Frèdèric Gros)的公民异议和伦理义务概念,以及苏埃利-罗尔尼克(Suely Rolnik)的伦理思考视角和积极微观政治学概念。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Reconhecer-se na origem, movimentar-se pelo tempo
Desde o início das produções textuais de Freud sobre sua trajetória clínica, percebemos seu desassossego em relação àquilo que escutava e estudava, mostrando-se atento, inquieto e criativo. No início deste artigo, percorro um brevíssimo passeio pela história da criação da psicanálise, com o intuito de reencontrar as marcas deixadas neste rastro de inquietação em nossa prática hoje. É evidente que a psicanálise foi criada em contexto e cultura diferentes dos que vivemos hoje, especialmente no Brasil, portanto, não é possível simplesmente decalcá-la. Considerando a crítica situação econômica, social e racial que vivemos hoje no Brasil, como sustentar o método psicanalítico sem reproduzir uma lógica individualizante do sofrimento ou sem que opere como forma encobridora do discurso meritocrático neoliberal e, consequentemente, aporofóbico e racista? Como a psicanálise pode avançar em outros territórios, sem que com isso se afaste dos seus fundamentos e se torne uma militância política? Essas inquietações, instigadas principalmente pela minha participação em coletivos de psicanálise, apontaram na direção dos efeitos do trabalho coletivo como potência de transformação social e da própria psicanálise. A partir de Freud, Laplanche, Danto e alguns outros, faço um percorrido pela história e relevância das clínicas públicas, suas diferenças com a clínica privada e, com isso, uma reflexão sobre a posição e o desejo do analista. Como proposta de caminho possível para as perguntas acima, apoio minha argumentação nas noções de dissidência cívica e obrigação ética de Frèdèric Gros e também na perspectiva ética de pensamento e na noção de micropolítica ativa de Suely Rolnik.
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