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摘要
近年来,围绕历史学家在公共空间中的角色的辩论越来越激烈。特别是由于反动团体在媒体上不断利用过去的历史,其中大多数并不专门研究历史,他们利用历史叙事来达到意识形态的目的,如平行巴西。这些行为导致对非洲裔群体遭受的种族主义和宗教不容忍等问题的否认日益严重。这些言论对社会产生了强烈的毛细血管效应,因为否认这些问题的矛头不是与垄断媒体的巴西特权阶层有关的人,而是少数群体和边缘化群体。有鉴于此,本访谈旨在与一位黑人公共历史学家和大学教授进行对话,根据她在高等教育领域的经验,就解决种族主义和宗教不容忍问题的障碍以及对我们的情况提出改变的可能性进行一些思考。这一倡议是薇薇安-特林达德-博尔热斯(Viviane Trindade Borges)教授建议的结果,她在圣卡塔琳娜州立大学(UDESC)教授研究生课程的公共史学科时,给自己提出了一个挑战:就与其个人研究相关的主题发表一篇访谈。由于我也是一名黑人,种族主义和宽容这一主题对我触动很大。这次访谈于 2022 年 4 月 28 日进行,录制了约一个半小时,并进行了转录和编辑。 朱莉安娜-特谢拉(Juliana Teixeira)教授是我 2018 年在北里奥格兰德联邦大学(Federal University of Rio Grande do Norte)学习 "19 世纪奴隶制 "主题课程时的老师。从见到她的那一刻起,我就被她的言语深深打动。我希望这篇访谈能够提供相关信息,并有助于对这些敏感而必要的话题进行思考。
História pública, racismo e intolerância religiosa: desafios e possibilidades. Uma conversa com a historiadora Juliana Teixeira Souza
Nos últimos anos o debate em torno da função do historiador nos espaços públicos tem se tornado cada vez mais intenso. Especialmente devido aos constantes usos do passado nas mídias por parte de grupos reacionários em sua maioria não especializados em história se utilizando de narrativas históricas para fins ideológicos a exemplo do Brasil Paralelo. Tais ações tem resultado numa crescente negação de problemas tais como o racismo e a intolerância religiosa sofrida por grupos de matriz africana. Tais discursos possuem um forte efeito capilarizador na sociedade, visto que o caminho da negação destes problemas não tem incidido sobre as pessoas ligadas as classes privilegiadas do Brasil que detém o monopólio dos meios de comunicação, mas das minorias e grupos marginalizados.
Neste sentido, essa entrevista visa apresentar um diálogo com uma historiadora pública, negra, professora universitária, com algumas considerações a partir de sua experiência no ensino superior sobre as barreiras que se impõem no enfrentamento do racismo e da intolerância religiosa e sobre possibilidades de proposição para a mudança do nosso cenário. A iniciativa é fruto de uma sugestão feita pela professora Viviane Trindade Borges, que ao ministrar a disciplina História Pública na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) no programa de pós-graduação, estabeleceu como desafio publicar uma entrevista um tema ligado as pesquisas individuais. O tema do racismo e da tolerância me toca profundamente, dado o fato de que também sou um indivíduo negro.
Essa entrevista foi realizada no dia 28/04/2022, tendo aproximadamente 1 hora e meia de gravação, sendo transcrita e editada. A professora Juliana Teixeira foi minha professora em 2018, em uma disciplina sobre a temática da Escravidão no Século XIX na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Depois do momento em que a conheci, me senti profundamente tocado por suas palavras. Espero que essa entrevista possa trazer informações relevantes e contribuir com a reflexão sobre a temática desses temas tão sensíveis e necessários.