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Não é de hoje que a intersecção entre a cultura de consumo e a medicalização do sofrimento permeia as discussões do campo psicanalítico. A psicanálise, que causa uma subversão no discurso da ciência ao pensar o sujeito em sua divisão subjetiva, têm sido cada vez mais provocada a pensar sobre os fenômenos contemporâneos de categorização, universalismo e aversão à alteridade.
Sendo assim, como podemos então pensar a infância neste cenário de supressão das singularidades em prol da padronização das individualidades? Que lugar é dado ao sintoma da criança hoje? Certamente o discurso cientifico tem tido um papel relevante nesta discussão, já que temos observado a crescente proliferação de diagnósticos psiquiátricos na infância. Como pensar o mal-estar da infância contemporânea sem cair nas malhas do discurso patologizante? A aposta continua sendo na ética sustentada pelo discurso do analista.