{"title":"联邦区一家私立医院心血管手术后胃肠道并发症患者的流行病学概况","authors":"Isabelle Cristina Abreu Bílio, Letícia Sampaio Castro, Rafaella Albuquerque e Silva","doi":"10.5102/pic.n0.2022.9598","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As doenças cardiovasculares apresentam frequência elevada, o que resulta, muitas vezes, narealização de procedimentos corretivos passíveis de complicações no pós-operatório, comoas complicações gastrointestinais, que apesar de menos frequentes, são responsáveis poralta mortalidade, e sua detecção precoce se torna mandatória para recuperação favorável.Assim, o objetivo foi analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com complicaçõesgastrointestinais no pós-operatório de cirurgias cardiovasculares no Hospital Daher, bemcomo descrever a frequência de parâmetros relacionados, como dados sociodemográficos,uso de Circulação extracorpórea, dias de internação, manejo e desfecho dos quadros. Paraisso, foi realizada pesquisa descritiva, observacional, retrospectiva e transversal, do tipo sériede casos, por meio da análise dos prontuários do sistema de informação SoulMV no períodode 2018 a 2022, e os dados foram analisados estatisticamente através do software Epi Info7.25. Por amostragem, 242 pacientes foram submetidos a procedimentos cardiovasculares,sendo a angioplastia e a revascularização do miocárdio as mais realizadas, com 88,42% e6,61%, respectivamente. Diante disso, 7 pacientes evoluíram com complicaçõesgastrointestinais, representando 2,8% da amostra. Em relação ao pré operatório, 42,86%apresentavam-se entre 60 e 69 anos, sendo o sexo masculino mais afetado, com 57,14% doscasos. Além disso, 57,1% dos pacientes eram tabagistas, e 42,86% apresentaram IMCadequado. Em relação às comorbidades prévias, a Hipertensão Arterial Sistêmica e DiabetesMellitus ocuparam local de destaque, apresentando frequências de 71,42% e 42,86%. Diantedisso, os anti-hipertensivos, foram os principais medicamentos utilizados previamente,representando 71,42%, seguido pelos psicotrópicos (42,85%). Já no tangente ao suporte nointraoperatório, 28,57% dos pacientes foram submetidos a CEC, e o mesmo percentual járealizava uso de drogas vasopressoras no período anterior à cirurgia. Além disso, 42,86%apresentaram as complicações menores, sendo a diarreia a mais comum, descrita em 28,57%dos pacientes. A hemorragia digestiva foi observada em 28,57% dos pacientes, sendotraduzida em melena e hematêmese, e demandando a realização de EDA. Em adição,colecistite foi verificada em 14,29%, sendo realizada ultrassonografia com achadoscaracterísticos. O íleo paralítico, também foi observado com frequência de 14,29%,apresentando distensão abdominal e achados tomográficos, e demandando novaintervenção cirúrgica. Em relação ao tempo transcorrido desde o procedimento até osurgimento de sintomas, foi encontrada igual frequência para os períodos de 0 a 4 dias, e de5 a 9 dias, com valor de 42,86% para ambas. Já no pós operatório, foram utilizadas ventilaçãomecânica e drogas vasoativas em 42,86%, e 42,86% apresentaram insuficiência renalconcomitante às complicações gastrointestinais. Por fim, 28,57% foram a óbito. Diante dosresultados, verifica-se que, apesar de ser uma complicação pouco usual, está relacionadacom desfechos negativos, que impactam na mortalidade e na qualidade de vida dospacientes. 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Perfil epidemiológico dos pacientes com complicações gastrointestinais após cirurgias cardiovasculares em um hospital da rede privada do Distrito Federal (DF)
As doenças cardiovasculares apresentam frequência elevada, o que resulta, muitas vezes, narealização de procedimentos corretivos passíveis de complicações no pós-operatório, comoas complicações gastrointestinais, que apesar de menos frequentes, são responsáveis poralta mortalidade, e sua detecção precoce se torna mandatória para recuperação favorável.Assim, o objetivo foi analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com complicaçõesgastrointestinais no pós-operatório de cirurgias cardiovasculares no Hospital Daher, bemcomo descrever a frequência de parâmetros relacionados, como dados sociodemográficos,uso de Circulação extracorpórea, dias de internação, manejo e desfecho dos quadros. Paraisso, foi realizada pesquisa descritiva, observacional, retrospectiva e transversal, do tipo sériede casos, por meio da análise dos prontuários do sistema de informação SoulMV no períodode 2018 a 2022, e os dados foram analisados estatisticamente através do software Epi Info7.25. Por amostragem, 242 pacientes foram submetidos a procedimentos cardiovasculares,sendo a angioplastia e a revascularização do miocárdio as mais realizadas, com 88,42% e6,61%, respectivamente. Diante disso, 7 pacientes evoluíram com complicaçõesgastrointestinais, representando 2,8% da amostra. Em relação ao pré operatório, 42,86%apresentavam-se entre 60 e 69 anos, sendo o sexo masculino mais afetado, com 57,14% doscasos. Além disso, 57,1% dos pacientes eram tabagistas, e 42,86% apresentaram IMCadequado. Em relação às comorbidades prévias, a Hipertensão Arterial Sistêmica e DiabetesMellitus ocuparam local de destaque, apresentando frequências de 71,42% e 42,86%. Diantedisso, os anti-hipertensivos, foram os principais medicamentos utilizados previamente,representando 71,42%, seguido pelos psicotrópicos (42,85%). Já no tangente ao suporte nointraoperatório, 28,57% dos pacientes foram submetidos a CEC, e o mesmo percentual járealizava uso de drogas vasopressoras no período anterior à cirurgia. Além disso, 42,86%apresentaram as complicações menores, sendo a diarreia a mais comum, descrita em 28,57%dos pacientes. A hemorragia digestiva foi observada em 28,57% dos pacientes, sendotraduzida em melena e hematêmese, e demandando a realização de EDA. Em adição,colecistite foi verificada em 14,29%, sendo realizada ultrassonografia com achadoscaracterísticos. O íleo paralítico, também foi observado com frequência de 14,29%,apresentando distensão abdominal e achados tomográficos, e demandando novaintervenção cirúrgica. Em relação ao tempo transcorrido desde o procedimento até osurgimento de sintomas, foi encontrada igual frequência para os períodos de 0 a 4 dias, e de5 a 9 dias, com valor de 42,86% para ambas. Já no pós operatório, foram utilizadas ventilaçãomecânica e drogas vasoativas em 42,86%, e 42,86% apresentaram insuficiência renalconcomitante às complicações gastrointestinais. Por fim, 28,57% foram a óbito. Diante dosresultados, verifica-se que, apesar de ser uma complicação pouco usual, está relacionadacom desfechos negativos, que impactam na mortalidade e na qualidade de vida dospacientes. Assim, a análise do perfil desses pacientes permite a elaboração de hipóteses paraestudos futuros que estabeleçam relação de risco entre os fatores pré, intra e pósoperatórios com acometimento gastrointestinal, viabilizando medidas precoces edirecionadas no manejo dessas complicações.