Fabiany Sampaio Bertucci Tavares, Eliane Guaraldo, Ivan Bergier Tavares de Lima
{"title":"认识城市绿地为适应极端气候事件提供的生态系统服务","authors":"Fabiany Sampaio Bertucci Tavares, Eliane Guaraldo, Ivan Bergier Tavares de Lima","doi":"10.5585/2024.23959","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivo: Este estudo avaliou os serviços ecossistêmicos de regulação hídrica (EvapoTranspiração, ET) e de Estoque de Carbono Florestal (ECF) na área urbana de Campo Grande com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito (DAP ou simplesmente d) por unidade de área em cinco tipologias de Espaços Verdes Urbanos (EVU).\nMetodologia: A avaliação de serviços ecossistêmicos de regulação hídrica ET e ECF na área urbana de Campo Grande foi feita com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito por unidade de área em cinco tipologias de EVU. Integrando os dados de d, cuja distribuição segue uma Lei de Potência, aos conceitos ecohidrológicos e da Teoria Metabólica Ecológica (TME), calculou-se então as medianas e os ranges de interquartil para ET e ECF das tipologias de EVU identificadas.\nOriginalidade/Relevância: Apesar da importância dos serviços ecossistêmicos nas cidades, poucas pesquisas mostram metodologias para avaliá-los e quantificá-los. O presente estudo traz uma abordagem inédita para estimar ECF e ET em EVU com vegetação arbórea típica de cerrado. A metodologia é usada para se prospectar o impacto do aumento em área de EVU e de seus serviços ecossistêmicos (ECF e ET) sobre o sequestro de Carbono (C) e a regulação hídrica e térmica, isto é, sobre a segurança de cidadãos urbanos de regiões tropicais em relação a futuros cenários de eventos extremos de enchentes e de ondas (episódicas) ou ilhas (persistentes) de calor.\nResultados: O mapeamento dos EVU e dos seus respectivos serviços ecossistêmicos em Campo Grande, revelou a deficiência destes ambientes em certos setores da cidade. Atualmente, as áreas de EVU em Campo Grande totalizam 898 hectares (2,5% da área urbana em 2010), as quais estocam entre 33.368,5 e 456.801,7 toneladas de C na forma de biomassa florestal e são responsáveis pela umidificação atmosférica diária da ordem de 31.458,0 a 105.277,3 m3 de água. O estudo também revela que os serviços ecossistêmicos de regulação, traduzidos em conceitos ecohidrológicos como Estoque de Carbono Florestal (ECF) e Evapotranspiração (ET) na área urbana, podem ser estimados integrando-se dados de DAP (d). Os resultados sugerem que o escalonamento de EVU de 2,5 para 10% da área urbana em Campo Grande pode ter reflexos importantes para a adaptação das futuras gerações urbanas e para a mitigação das mudanças climáticas.\nContribuições teóricas/metodológicas: As análises estatísticas evidenciam que os valores obtidos com o levantamento de campo podem ser modelados por distribuições de leis de potência por meio da Teoria Metabólica Ecológica (TME). Constatou-se que a TME tem grande potencial de aplicação, mas também limitações, pois permite avaliar fluxos e estoques em um sistema apenas para intervalos (interquartis) que contém a mediana da distribuição. O uso do interquartil para avaliar processos naturais com distribuição de lei de potência garante uma margem confiável de incerteza, a qual pode ser escalonada independentemente da espécie lenhosa e de seu estágio sucessional, da sazonalidade e do ambiente.\nContribuições sociais / para a gestão: Os resultados evidenciam a importância do aumento desses espaços para maximizar a realização de serviços ecossistêmicos de sequestro de C atmosférico, bem como para a adaptação de áreas urbanas para o enfrentamento de enchentes extremas, ondas de calor e para a prevenção de ilhas urbanas de calor (IUC). Além disso, estudos futuros devem ser conduzidos para a geolocalização de novos EVU que maximizar os serviços ecossistêmicos, que incorporem também os aspectos socioculturais.","PeriodicalId":504084,"journal":{"name":"Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-02-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Reconhecimento dos serviços ecossistêmicos de espaços verdes urbanos para a adaptação a eventos climáticos extremos\",\"authors\":\"Fabiany Sampaio Bertucci Tavares, Eliane Guaraldo, Ivan Bergier Tavares de Lima\",\"doi\":\"10.5585/2024.23959\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Objetivo: Este estudo avaliou os serviços ecossistêmicos de regulação hídrica (EvapoTranspiração, ET) e de Estoque de Carbono Florestal (ECF) na área urbana de Campo Grande com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito (DAP ou simplesmente d) por unidade de área em cinco tipologias de Espaços Verdes Urbanos (EVU).\\nMetodologia: A avaliação de serviços ecossistêmicos de regulação hídrica ET e ECF na área urbana de Campo Grande foi feita com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito por unidade de área em cinco tipologias de EVU. 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A metodologia é usada para se prospectar o impacto do aumento em área de EVU e de seus serviços ecossistêmicos (ECF e ET) sobre o sequestro de Carbono (C) e a regulação hídrica e térmica, isto é, sobre a segurança de cidadãos urbanos de regiões tropicais em relação a futuros cenários de eventos extremos de enchentes e de ondas (episódicas) ou ilhas (persistentes) de calor.\\nResultados: O mapeamento dos EVU e dos seus respectivos serviços ecossistêmicos em Campo Grande, revelou a deficiência destes ambientes em certos setores da cidade. Atualmente, as áreas de EVU em Campo Grande totalizam 898 hectares (2,5% da área urbana em 2010), as quais estocam entre 33.368,5 e 456.801,7 toneladas de C na forma de biomassa florestal e são responsáveis pela umidificação atmosférica diária da ordem de 31.458,0 a 105.277,3 m3 de água. O estudo também revela que os serviços ecossistêmicos de regulação, traduzidos em conceitos ecohidrológicos como Estoque de Carbono Florestal (ECF) e Evapotranspiração (ET) na área urbana, podem ser estimados integrando-se dados de DAP (d). Os resultados sugerem que o escalonamento de EVU de 2,5 para 10% da área urbana em Campo Grande pode ter reflexos importantes para a adaptação das futuras gerações urbanas e para a mitigação das mudanças climáticas.\\nContribuições teóricas/metodológicas: As análises estatísticas evidenciam que os valores obtidos com o levantamento de campo podem ser modelados por distribuições de leis de potência por meio da Teoria Metabólica Ecológica (TME). Constatou-se que a TME tem grande potencial de aplicação, mas também limitações, pois permite avaliar fluxos e estoques em um sistema apenas para intervalos (interquartis) que contém a mediana da distribuição. 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Reconhecimento dos serviços ecossistêmicos de espaços verdes urbanos para a adaptação a eventos climáticos extremos
Objetivo: Este estudo avaliou os serviços ecossistêmicos de regulação hídrica (EvapoTranspiração, ET) e de Estoque de Carbono Florestal (ECF) na área urbana de Campo Grande com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito (DAP ou simplesmente d) por unidade de área em cinco tipologias de Espaços Verdes Urbanos (EVU).
Metodologia: A avaliação de serviços ecossistêmicos de regulação hídrica ET e ECF na área urbana de Campo Grande foi feita com base no mapeamento e na amostragem aleatória estratificada de diâmetros à altura do peito por unidade de área em cinco tipologias de EVU. Integrando os dados de d, cuja distribuição segue uma Lei de Potência, aos conceitos ecohidrológicos e da Teoria Metabólica Ecológica (TME), calculou-se então as medianas e os ranges de interquartil para ET e ECF das tipologias de EVU identificadas.
Originalidade/Relevância: Apesar da importância dos serviços ecossistêmicos nas cidades, poucas pesquisas mostram metodologias para avaliá-los e quantificá-los. O presente estudo traz uma abordagem inédita para estimar ECF e ET em EVU com vegetação arbórea típica de cerrado. A metodologia é usada para se prospectar o impacto do aumento em área de EVU e de seus serviços ecossistêmicos (ECF e ET) sobre o sequestro de Carbono (C) e a regulação hídrica e térmica, isto é, sobre a segurança de cidadãos urbanos de regiões tropicais em relação a futuros cenários de eventos extremos de enchentes e de ondas (episódicas) ou ilhas (persistentes) de calor.
Resultados: O mapeamento dos EVU e dos seus respectivos serviços ecossistêmicos em Campo Grande, revelou a deficiência destes ambientes em certos setores da cidade. Atualmente, as áreas de EVU em Campo Grande totalizam 898 hectares (2,5% da área urbana em 2010), as quais estocam entre 33.368,5 e 456.801,7 toneladas de C na forma de biomassa florestal e são responsáveis pela umidificação atmosférica diária da ordem de 31.458,0 a 105.277,3 m3 de água. O estudo também revela que os serviços ecossistêmicos de regulação, traduzidos em conceitos ecohidrológicos como Estoque de Carbono Florestal (ECF) e Evapotranspiração (ET) na área urbana, podem ser estimados integrando-se dados de DAP (d). Os resultados sugerem que o escalonamento de EVU de 2,5 para 10% da área urbana em Campo Grande pode ter reflexos importantes para a adaptação das futuras gerações urbanas e para a mitigação das mudanças climáticas.
Contribuições teóricas/metodológicas: As análises estatísticas evidenciam que os valores obtidos com o levantamento de campo podem ser modelados por distribuições de leis de potência por meio da Teoria Metabólica Ecológica (TME). Constatou-se que a TME tem grande potencial de aplicação, mas também limitações, pois permite avaliar fluxos e estoques em um sistema apenas para intervalos (interquartis) que contém a mediana da distribuição. O uso do interquartil para avaliar processos naturais com distribuição de lei de potência garante uma margem confiável de incerteza, a qual pode ser escalonada independentemente da espécie lenhosa e de seu estágio sucessional, da sazonalidade e do ambiente.
Contribuições sociais / para a gestão: Os resultados evidenciam a importância do aumento desses espaços para maximizar a realização de serviços ecossistêmicos de sequestro de C atmosférico, bem como para a adaptação de áreas urbanas para o enfrentamento de enchentes extremas, ondas de calor e para a prevenção de ilhas urbanas de calor (IUC). Além disso, estudos futuros devem ser conduzidos para a geolocalização de novos EVU que maximizar os serviços ecossistêmicos, que incorporem também os aspectos socioculturais.