Estelyta Hanna Guedes Rodrigues Morais, Cirlene Aparecida Hilário da Silva Oliveira
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Eu sobrevivi, posso contar: narrativas de mulheres piauienses sobreviventes do feminicídio
Neste artigo, objetivamos apresentar algumas reflexões sobre as narrativas de três mulheres que sobreviveram a situações extremas da violência de gênero no Piauí. No ano de 2021, iniciamos um estudo sobre as tentativas de feminicídio no estado, utilizando o método Narrativas de Vida, de Daniel Bertaux como procedimento e os conceitos de gênero, patriarcado, violência de gênero e feminicídio como orientação. Os resultados apontaram que o Piauí ainda está imerso em uma cultura machista e patriarcal, que outorga poder irrestrito aos homens, para atuar sobre o comportamento, corpo e vida das mulheres. As tentativas de feminicídio, investigadas no estudo, decorreram das relações patriarcais de opressão e hierarquia que naturalizam o comportamento de dominação/exploração das mulheres pelos homens e que permitem o ataque às suas integridades físicas e mentais. Nos casos analisados, as diversas e contínuas violências perpetradas pelos ex-parceiros íntimos, resultaram nas tentativas de assassinato, que aconteceram tanto em espaços privados como públicos. Esperamos que a publicização das narrativas possa contribuir para um conhecimento mais realista acerca do feminicídio no estado e para o debate em torno de políticas públicas de prevenção e reparação mais efetivas.