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Os últimos meses no Brasil, além de serem marcados pelo medo trazido pela enorme quantidade de óbitos relacionados a COVID-19, também foram palco de um espetáculo de desinformação, irresponsabilidades e desdém com a vida. Se não bastasse a minimização dos riscos da doença por parte do presidente da república, ainda se viu a incitação às manifestações, campanhas de seus aliados para que apoiadores rompessem a quarentena nos estados que a aderiram e tentativas da utilização de brechas na lei para flexibilizá-la. Nesse sentido, o artigo tem como tema o debate a respeito da disputa para se colocar as atividades religiosas como atividades essenciais durante a pandemia, ao entender esse movimento como uma resposta direta das relações entre Bolsonaro e setores religiosos conservadores/reacionários, que garantiram sua eleição, e estabelecendo que dentro de um governo que propõe uma narrativa de que a economia não pode parar, a definição da fé como um grande negócio parece bastante adequada para o cenário atual.