Vanessa Andrade, M. Medeiros, J. Guerra, Miguel Gil, Nguete Veloso, J. Cunha, Pedro Silva, Miguel Brito Lança, Fernando Calais, Luís Campos Pinheiro
{"title":"肾创伤:一级创伤中心的五年回顾性分析","authors":"Vanessa Andrade, M. Medeiros, J. Guerra, Miguel Gil, Nguete Veloso, J. Cunha, Pedro Silva, Miguel Brito Lança, Fernando Calais, Luís Campos Pinheiro","doi":"10.24915/aup.205","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"\nIntrodução: O trauma renal compreende entre 1% a 5% de todos os doentes de trauma, a maioria por trauma contuso. Baseada na classificação da American Association for the Surgery of Trauma (AAST), podemos classificar o trauma renal em 5 graus, o que ajuda a escolher o melhor tratamento e a prever o desfecho de cada caso. Cada vez mais, o tratamento do trauma renal está a evoluir para um tratamento mais conservador, evitando a cirurgia sempre que possível. O nosso objetivo foi analisar os doentes com trauma renal durante 5 anos no nosso centro e reportar quais os padrões de lesão, o seu tratamento e complicações.\n \nMétodo: Análise retrospetiva dos doentes diagnosticados com trauma renal no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, entre Janeiro de 2017 e Setembro de 2021. Os dados foram obtidos através do processo clínico dos doentes.\n \nResultados: Durante este período de tempo, foram identificados 29 doentes, 93,1% do sexo masculino, admitidos por trauma renal. A idade média foi de 48 anos e a grande maioria apresentava um trauma contuso (89,7%). A distribuição dos graus de trauma de acordo com a AAST foi: 6,9% grau I, 13,8% grau II, 41,4% grau III, 31% grau IV e 6,9% grau V. Não se registaram óbitos devido a trauma renal. Foram tratados conservadoramente 43,3%, com embolização pela radiologia de intervenção 6,7%, com a colocação de um stent duplo J 30,0% e com nefrectomia 20,0%. Apresentaram complicações precoces, 34,4%.\n \nConclusão: Tal como expectável, a maioria dos doentes foram admitidos devido a trauma contuso. Atualmente, o tratamento é tendencialmente mais conservador, apesar de na nossa amostra metade dos doentes terem necessitado de uma intervenção, maioritariamente devido a extravasão urinária mas também por hemorragia ativa ou uma evolução clínica desfavorável. As nefrectomias ocorreram quase exclusivamente em lesões de grau IV ou V. As complicações precoces, principalmente infeciosas, foram mais frequentes que o expectável, apesar de todos os doentes terem realizado antibioterapia empírica.\n","PeriodicalId":100020,"journal":{"name":"Acta Urológica Portuguesa","volume":" 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Traumatismo Renal: Análise Retrospetiva de 5 Anos de um Centro de Trauma de Nível 1\",\"authors\":\"Vanessa Andrade, M. Medeiros, J. Guerra, Miguel Gil, Nguete Veloso, J. Cunha, Pedro Silva, Miguel Brito Lança, Fernando Calais, Luís Campos Pinheiro\",\"doi\":\"10.24915/aup.205\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"\\nIntrodução: O trauma renal compreende entre 1% a 5% de todos os doentes de trauma, a maioria por trauma contuso. 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摘要
导言:肾脏外伤占所有外伤患者的 1%至 5%,其中大部分是钝性外伤。根据美国创伤外科协会(AAST)的分类,我们可以将肾创伤分为五个等级,这有助于选择最佳治疗方法和预测每个病例的预后。肾创伤的治疗越来越趋向于保守治疗,尽可能避免手术。我们的目的是分析本中心 5 年来的肾创伤患者,并报告损伤模式、治疗方法和并发症。方法:回顾性分析2017年1月至2021年9月期间在里斯本大学中心医院确诊的肾创伤患者。数据来自患者的临床记录。结果:在此期间,共发现29名因肾外伤入院的患者,其中93.1%为男性。平均年龄为 48 岁,绝大多数为钝性创伤(89.7%)。根据 AAST,创伤等级分布为:6.9% I 级、13.8% II 级、41.4% III 级、31% IV 级和 6.9% V 级。没有人因肾外伤而死亡。43.3%的患者接受了保守治疗,6.7%的患者接受了介入放射学栓塞治疗,30.0%的患者接受了双J支架治疗,20.0%的患者接受了肾切除术。34.4%的患者出现了早期并发症。结论:不出所料,大多数患者都是因为钝性创伤入院的。目前,治疗趋于保守,但在我们的样本中,半数患者需要进行介入治疗,主要是由于尿液外渗,但也有由于活动性出血或不利的临床演变。肾切除术几乎全部发生在 IV 级或 V 级病变中。尽管所有患者都接受了经验性抗生素治疗,但早期并发症(主要是感染性并发症)的发生率高于预期。
Traumatismo Renal: Análise Retrospetiva de 5 Anos de um Centro de Trauma de Nível 1
Introdução: O trauma renal compreende entre 1% a 5% de todos os doentes de trauma, a maioria por trauma contuso. Baseada na classificação da American Association for the Surgery of Trauma (AAST), podemos classificar o trauma renal em 5 graus, o que ajuda a escolher o melhor tratamento e a prever o desfecho de cada caso. Cada vez mais, o tratamento do trauma renal está a evoluir para um tratamento mais conservador, evitando a cirurgia sempre que possível. O nosso objetivo foi analisar os doentes com trauma renal durante 5 anos no nosso centro e reportar quais os padrões de lesão, o seu tratamento e complicações.
Método: Análise retrospetiva dos doentes diagnosticados com trauma renal no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, entre Janeiro de 2017 e Setembro de 2021. Os dados foram obtidos através do processo clínico dos doentes.
Resultados: Durante este período de tempo, foram identificados 29 doentes, 93,1% do sexo masculino, admitidos por trauma renal. A idade média foi de 48 anos e a grande maioria apresentava um trauma contuso (89,7%). A distribuição dos graus de trauma de acordo com a AAST foi: 6,9% grau I, 13,8% grau II, 41,4% grau III, 31% grau IV e 6,9% grau V. Não se registaram óbitos devido a trauma renal. Foram tratados conservadoramente 43,3%, com embolização pela radiologia de intervenção 6,7%, com a colocação de um stent duplo J 30,0% e com nefrectomia 20,0%. Apresentaram complicações precoces, 34,4%.
Conclusão: Tal como expectável, a maioria dos doentes foram admitidos devido a trauma contuso. Atualmente, o tratamento é tendencialmente mais conservador, apesar de na nossa amostra metade dos doentes terem necessitado de uma intervenção, maioritariamente devido a extravasão urinária mas também por hemorragia ativa ou uma evolução clínica desfavorável. As nefrectomias ocorreram quase exclusivamente em lesões de grau IV ou V. As complicações precoces, principalmente infeciosas, foram mais frequentes que o expectável, apesar de todos os doentes terem realizado antibioterapia empírica.