Suéllen Stéfani Felício Lourenço, Mariana Ramalho Procópio Xavier, Ana Carolina Gonçalves Reis
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Deste modo, este artigo objetiva, através de uma discussão em torno da questão racial, refletir sobre a representação da pessoa negra na publicidade contemporânea, considerando os aspectos relacionados à prática do racismo, o que acabou por naturalizar determinadas representações que inferiorizam os negros. As discussões foram tecidas a partir de questões do racismo atrelado à escravidão e sobre aspectos relacionados ao padrão de beleza na publicidade em diferentes épocas. Foi possível verificar que para o homem negro é recorrente a sua imagem ser associada a habilidades da dança, configurando-se em um estereótipo que destitui a intelectualidade para a pessoa negra. Para a mulher negra, sua representação está relacionada à corporalidade, sendo suas características associadas à animalidade, à selvageria, ao grotesco. Observou-se ainda uma representação social baseada em estereótipos racistas, em que às pessoas brancas são associados adjetivos como a beleza e a popularidade, enquanto que para as pessoas negras são associados aspectos que se referem à feiura e à agressividade, por exemplo. \nPalavras-chaves: Padrão de Beleza. Pessoa Negra. Publicidade. 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representação da pessoa negra na publicidade contemporânea brasileira
Nas publicidades das décadas de 1900 a 1930, os clareadores de pele representavam uma proposta para as mulheres negras de pele retinta “melhorarem” de vida, além de indicarem uma equidade racial, individual e familiar. Dessa forma, a pele negra era tratada pela imprensa como uma pele feia, o que traria como consequências menores oportunidades no mercado de trabalho, sendo que havia uma preferência por representações de pessoas negras de tez mais clara. Na publicidade contemporânea podem ser observadas características como a ousadia e a inserção de produtos destinados a jovens negros, contudo, ainda são encontrados determinados resgastes de uma construção estereotipada, em que as habilidades intelectuais são menos valorizadas em detrimento das habilidades corporais. Deste modo, este artigo objetiva, através de uma discussão em torno da questão racial, refletir sobre a representação da pessoa negra na publicidade contemporânea, considerando os aspectos relacionados à prática do racismo, o que acabou por naturalizar determinadas representações que inferiorizam os negros. As discussões foram tecidas a partir de questões do racismo atrelado à escravidão e sobre aspectos relacionados ao padrão de beleza na publicidade em diferentes épocas. Foi possível verificar que para o homem negro é recorrente a sua imagem ser associada a habilidades da dança, configurando-se em um estereótipo que destitui a intelectualidade para a pessoa negra. Para a mulher negra, sua representação está relacionada à corporalidade, sendo suas características associadas à animalidade, à selvageria, ao grotesco. Observou-se ainda uma representação social baseada em estereótipos racistas, em que às pessoas brancas são associados adjetivos como a beleza e a popularidade, enquanto que para as pessoas negras são associados aspectos que se referem à feiura e à agressividade, por exemplo.
Palavras-chaves: Padrão de Beleza. Pessoa Negra. Publicidade. Racismo.