{"title":"特拉斯卡拉的记忆与著作权","authors":"Alfredo Cordiviola","doi":"10.20396/remate.v43i1.8671558","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No contexto da república de Tlaxcala sob a dominação espanhola no período colonial, a historiografia estava destinada a enfatizar as singularidades locais, não só para preservar as memórias relevantes, mas também para garantir os privilégios e a relativa autonomia que a província possuía na organização política da Nova Espanha. Revisitar as obras pictográficas e pictóricas, os anales, as crônicas, as peças teatrais e outros escritos e representações que conformam essa tradição nos obriga a discutir, e a repensar, a noção de “autor” que se depreende dessas produções. Mesmo quando, em alguns casos, essas obras possam estar atreladas a um nome próprio, colecionador, leitor, copista, continuador, sujeito coletivo, arquivista, compilador, trânsitos entre línguas escritas e oralidades são algumas das atribuições, práticas e características que, de toda forma, devem ser consideradas quando se discute a autoria. Trata-se de atribuições que são certamente diferentes das que se associam à figura do autor nas letras modernas ocidentais. Este trabalho pretende apresentar e discutir essas diferenças, que permitem analisar como se elaboravam os discursos historiográficos a partir de perspectivas e necessidades indígenas, e qual era o estatuto dos escribas, cronistas e pintores encarregados de cumprir essa tarefa.","PeriodicalId":32941,"journal":{"name":"Remate de Males","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-07-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Memória e autoria em Tlaxcala\",\"authors\":\"Alfredo Cordiviola\",\"doi\":\"10.20396/remate.v43i1.8671558\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"No contexto da república de Tlaxcala sob a dominação espanhola no período colonial, a historiografia estava destinada a enfatizar as singularidades locais, não só para preservar as memórias relevantes, mas também para garantir os privilégios e a relativa autonomia que a província possuía na organização política da Nova Espanha. Revisitar as obras pictográficas e pictóricas, os anales, as crônicas, as peças teatrais e outros escritos e representações que conformam essa tradição nos obriga a discutir, e a repensar, a noção de “autor” que se depreende dessas produções. Mesmo quando, em alguns casos, essas obras possam estar atreladas a um nome próprio, colecionador, leitor, copista, continuador, sujeito coletivo, arquivista, compilador, trânsitos entre línguas escritas e oralidades são algumas das atribuições, práticas e características que, de toda forma, devem ser consideradas quando se discute a autoria. Trata-se de atribuições que são certamente diferentes das que se associam à figura do autor nas letras modernas ocidentais. Este trabalho pretende apresentar e discutir essas diferenças, que permitem analisar como se elaboravam os discursos historiográficos a partir de perspectivas e necessidades indígenas, e qual era o estatuto dos escribas, cronistas e pintores encarregados de cumprir essa tarefa.\",\"PeriodicalId\":32941,\"journal\":{\"name\":\"Remate de Males\",\"volume\":null,\"pages\":null},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2023-07-25\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Remate de Males\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20396/remate.v43i1.8671558\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"LITERARY THEORY & CRITICISM\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Remate de Males","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/remate.v43i1.8671558","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERARY THEORY & CRITICISM","Score":null,"Total":0}
No contexto da república de Tlaxcala sob a dominação espanhola no período colonial, a historiografia estava destinada a enfatizar as singularidades locais, não só para preservar as memórias relevantes, mas também para garantir os privilégios e a relativa autonomia que a província possuía na organização política da Nova Espanha. Revisitar as obras pictográficas e pictóricas, os anales, as crônicas, as peças teatrais e outros escritos e representações que conformam essa tradição nos obriga a discutir, e a repensar, a noção de “autor” que se depreende dessas produções. Mesmo quando, em alguns casos, essas obras possam estar atreladas a um nome próprio, colecionador, leitor, copista, continuador, sujeito coletivo, arquivista, compilador, trânsitos entre línguas escritas e oralidades são algumas das atribuições, práticas e características que, de toda forma, devem ser consideradas quando se discute a autoria. Trata-se de atribuições que são certamente diferentes das que se associam à figura do autor nas letras modernas ocidentais. Este trabalho pretende apresentar e discutir essas diferenças, que permitem analisar como se elaboravam os discursos historiográficos a partir de perspectivas e necessidades indígenas, e qual era o estatuto dos escribas, cronistas e pintores encarregados de cumprir essa tarefa.