Diversidade metodológicas e temáticas nas principais revistas em educação ambiental brasileiras entre 2015 à 2019

A crescente produção acadêmica no campo da Educação Ambiental no Brasil traz a necessidade de analisar essa produção afim de mapear características e aspectos importantes. O presente trabalho visa contribuir neste sentido a partir da análise de artigos científicos dos principais periódicos brasileiros em Educação Ambiental. Nossa revisão bibliográfica consiste em identificar as principais metodologias e temáticas presentes neste campo, como também o uso das vertentes Crítica, Pragmática e Conservadora na Educação Ambiental, no período de 2015-2019. Procuramos fornecer uma visão espacial desses dados, relacionando-os com os estados brasileiros. A seleção dos periódicos obedeceu a três critérios de inclusão, sendo: 1) ser publicado no Brasil; 2) ser classificado no Qualis Periódicos da CAPES 2020, classificação mínima no estrato C; e 3) atender a palavra-chave “Educação Ambiental”. A partir desses critérios foram eleitos quatro periódicos, sendo: Revista Brasileira de Educação Ambiental (A3), Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental (A4), Pesquisa em Educação Ambiental (B1) e Revista Sergipana de Educação Ambiental (B2). Após a seleção dos periódicos foi realizado o levantamento do total de 695 artigos. Edições especiais e anais de eventos não foram incluídos nesta pesquisa. Cada trabalho foi acessado individualmente para análise textual. Nosso trabalho possibilitou identificar a frequência do uso de diferentes metodologias em cada estado brasileiro. Estudos de revisão/pesquisa bibliográfica, estudo teórico e estudo de caso, conferiram 48,05% das metodologias encontradas. As metodologias de análise de percepção, relato de experiência e análise documental representaram 22,15% dos artigos analisados. Pesquisas de caráter exploratório, questionário, e pesquisa-ação representaram 9,49% das metodologias encontradas. Em relação as temáticas, o termo sustentabilidade conferiram 10,35% das temáticas encontradas, seguido do termo socioambientalismo (8,48%), formação de educadores (6,76%), Conservação/Biodiversidade (6,18%). Temas sobre filosofia, resíduos sólidos e políticas públicas, conferiram juntos 15% das temáticas. Outras duas temáticas, que juntas conferiram 5% dos temas, foram estudos sobre revisões na Educação Ambiental, e sobre formação humana (5%). Identificamos a frequência do uso das três vertentes nos trabalhos, sendo a Educação Ambiental Crítica a mais utilizada (83,16%), seguido da Educação Ambiental Pragmática (13,81%) e Educação Ambiental Conservadora (3,02%). Nossos resultados demonstram que existe grande diversidade metodológica e temática da Educação Ambiental, porém essa diversidade encontra-se localizada no eixo Sul-Sudeste brasileiro. Também observamos uma tendência em associar as temáticas a áreas específicas, como Humanidades e Ciências Naturais.