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“fotrica” como malha e possibilidade de entrelaçamento de memórias e trajetórias
Este artigo busca propor alguns apontamentos sobre a fotrica. Nesse sentido, o texto apresenta perspectivas teóricas que fundamentam o que se tem chamado de fotrica, terminologia fundamentada no tensionamento da ideia de futrica, em um contexto de pesquisa no qual as imagens são associadas a relatos orais. Assim, a fotrica é concebida como uma malha relacional e um movimento de composição e articulação de memórias e trajetórias de mulheres que compartilham o mesmo contexto comunitário. Inserida em uma pesquisa fotobiográfica, a fotrica é pensada como um movimento relacional e conceitual que subsidiará o cruzamento de trajetórias de mulheres na pesquisa em andamento na Zona Rural de Londrina, Paraná, no Distrito de Maravilha. A partir disso, proponho que ela pode se caracterizar como uma composição contra-hegemônica que fundamenta o cruzamento e a articulação de fotobiografias e que se configura como um instrumento conceitual que pode visibilizar a reemergência de uma memória coletiva sobre uma territorialidade compartilhada.