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Tradutores do orvalho: tradução e crioulização em Gouverneurs de la rosée, de Jacques Roumain
Gouverneurs de la rosée (1944), de Jacques Roumain, é um romance central da literatura haitiana, o que se deve em grande parte ao projeto político-poético de criação de uma língua literária haitiana. Neste artigo, pretendemos analisar de que maneira Roumain elabora uma língua que, sem abrir mão do francês, consegue, no entanto, crioulizá-lo. Partindo de Glissant (1981, 1990, 1995), Laroche (1991) e Combe (1995, 2019), e por meio da análise de uma seleção de trechos, identificamos no romance um dispositivo de narração baseado na lógica tradutória, pela qual Roumain cria uma língua literária capaz de desterritorializar o leitor francófono e reterritorializar a língua francesa em presença do créole, subvertendo a hierarquia que caracteriza a diglossia, herdada da história colonial, entre francês e crioulo no Haiti.