O processo de reconstituição do acesso à documentação do Arquivo do Serviço de Beneficência da Fundação Calouste Gulbenkian

O Serviço de Beneficência da Fundação Calouste Gulbenkian, um dos quatro serviços fundadores, ficou responsável pela gestão dos subsídios concedidos a instituições nomeadas por Calouste Gulbenkian no seu testamento, pela coordenação dos novos pedidos de subsídios, assim como dar respostas a situações inesperadas que provocaram fragilidades numa determinada comunidade em território nacional e internacional. O arquivo desta unidade orgânica, à guarda do Arquivo da Fundação permite não só acompanhar a miríade de processos de subsídios individuais e coletivos, que ao longo das várias décadas de atividades beneficiaram várias iniciativas, como também as mudanças de direção e designação ao longo do tempo[1]. Partindo do estudo do arquivo do Serviço de Beneficência, pretendeu-se questionar o seu contexto de produção e referenciação. Este trabalho para além de se empenhar na descrição do processo de reconstituição do acesso à documentação, procura perscrutar e decifrar as lógicas, à primeira vista paradoxais, dos códigos utilizados por aquela unidade orgânica. Dedica-se ainda a uma reflexão aprofundada sobre a decalagem entre a cultura administrativa e a arquivística, que pode levar a perdas de conhecimento significativas, sendo assim perspetivadas estratégias de mitigação. [1] Em 1971 o Serviço de Beneficência passa a denominar-se Serviço de Saúde e Proteção Social (SSPS), sendo que de 2001 a 2013 foi denominado por Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano (SSDH).