{"title":"康德与简单理性限度内宗教的模糊性","authors":"Arthur Grupillo","doi":"10.20396/kant.v18i00.8673525","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Para muitos intérpretes, sobretudo os mais tradicionais, Kant se inscreve na tradição iluminista de uma “apreciação da religião natural”, a qual nega fazer qualquer apreciação, e ainda menos qualquer “depreciação”, do cristianismo (SF, 7: 08), pretendendo somente submeter a religião ao tribunal supremo da razão. Mas, para outros intérpretes, sobretudo mais recentes, embora Kant acredite que o núcleo moral racional da religião seja independente das religiões históricas e possa, eventualmente, estar presente em muitas delas, o cristianismo cumpre em suas reflexões uma função mais do que ilustrativa. Nossa hipótese, no presente artigo, é que isso caracteriza uma ambiguidade da tentativa de Kant de reduzir a religião à moralidade, e ela pode ser encontrada mais explicitamente nas suas dificuldades em fornecer uma prova formal do mal radical e da realidade objetiva de sua superação na figura do Cristo, portanto na primeira e na segunda parte do livro A religião nos limites da simples razão. Na terceira e na quarta parte, essa ambiguidade diminui, e Kant se torna mais enfaticamente crítico das religiões históricas.","PeriodicalId":509055,"journal":{"name":"Kant e-prints","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Kant e as ambiguidades da religião nos limites da simples razão\",\"authors\":\"Arthur Grupillo\",\"doi\":\"10.20396/kant.v18i00.8673525\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Para muitos intérpretes, sobretudo os mais tradicionais, Kant se inscreve na tradição iluminista de uma “apreciação da religião natural”, a qual nega fazer qualquer apreciação, e ainda menos qualquer “depreciação”, do cristianismo (SF, 7: 08), pretendendo somente submeter a religião ao tribunal supremo da razão. Mas, para outros intérpretes, sobretudo mais recentes, embora Kant acredite que o núcleo moral racional da religião seja independente das religiões históricas e possa, eventualmente, estar presente em muitas delas, o cristianismo cumpre em suas reflexões uma função mais do que ilustrativa. Nossa hipótese, no presente artigo, é que isso caracteriza uma ambiguidade da tentativa de Kant de reduzir a religião à moralidade, e ela pode ser encontrada mais explicitamente nas suas dificuldades em fornecer uma prova formal do mal radical e da realidade objetiva de sua superação na figura do Cristo, portanto na primeira e na segunda parte do livro A religião nos limites da simples razão. Na terceira e na quarta parte, essa ambiguidade diminui, e Kant se torna mais enfaticamente crítico das religiões históricas.\",\"PeriodicalId\":509055,\"journal\":{\"name\":\"Kant e-prints\",\"volume\":\"6 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-11-19\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Kant e-prints\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8673525\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Kant e-prints","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8673525","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Kant e as ambiguidades da religião nos limites da simples razão
Para muitos intérpretes, sobretudo os mais tradicionais, Kant se inscreve na tradição iluminista de uma “apreciação da religião natural”, a qual nega fazer qualquer apreciação, e ainda menos qualquer “depreciação”, do cristianismo (SF, 7: 08), pretendendo somente submeter a religião ao tribunal supremo da razão. Mas, para outros intérpretes, sobretudo mais recentes, embora Kant acredite que o núcleo moral racional da religião seja independente das religiões históricas e possa, eventualmente, estar presente em muitas delas, o cristianismo cumpre em suas reflexões uma função mais do que ilustrativa. Nossa hipótese, no presente artigo, é que isso caracteriza uma ambiguidade da tentativa de Kant de reduzir a religião à moralidade, e ela pode ser encontrada mais explicitamente nas suas dificuldades em fornecer uma prova formal do mal radical e da realidade objetiva de sua superação na figura do Cristo, portanto na primeira e na segunda parte do livro A religião nos limites da simples razão. Na terceira e na quarta parte, essa ambiguidade diminui, e Kant se torna mais enfaticamente crítico das religiões históricas.