作为质量维度的透明度:媒体所有权与(不)可见性的挑战

Alexandra Figueira, Elsa Costa e Silva
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O modo como as empresas de média em Portugal têm respondido às novas exigências legais não tem sido investigado, apesar de essa análise poder contribuir para se compreender os desafios que se levantam ao exercício de um jornalismo independente e plural. O objetivo deste estudo é assim perceber de que modo o princípio da transparência dos média tem sido recebido pelo mercado em Portugal, averiguando os incumprimentos e as objeções levantadas à divulgação da informação requerida. Esta análise, realizada a partir das deliberações da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, evidencia o papel central da escala na adequação ao novo enquadramento legal: os incumprimentos declarativos ou pedidos de sigilo partem sobretudo das empresas de menor dimensão, detentoras de média locais ou de revistas especializadas. Ainda, a informação de caráter financeiro é a mais crítica. 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摘要

透明度原则被视为对新闻业缺乏多元化和信任的一种政治回应。媒体所有权的透明度具有多面性,是最常见的法律要求之一。对媒体 "所有者 "的关注并不新鲜,因为所有权会对所制作的内容产生影响。因此,在评估新闻质量时,所有权被认为是至关重要的。在葡萄牙,媒体所有权必须遵守透明度规则,这意味着必须披露有关公司结构和财务数据的信息,媒体监管局有责任监督遵守情况。葡萄牙的媒体公司如何应对新的法律要求尚未进行过调查,尽管对这一问题的分析有助于我们了解独立和多元化新闻报道所面临的挑战。因此,本研究旨在了解葡萄牙市场对媒体透明原则的接受情况,分析不遵守规定的情况以及对披露所需信息提出的反对意见。这项分析以媒体监管局的决定为基础,强调了规模在适应新法律框架方面的核心作用:不遵守声明或保密要求的主要是小公司、地方媒体或专业杂志的所有者。财务信息也最为关键。这些数据显示了财务方面的薄弱环节,这可能会使人怀疑媒体是否独立于外部代理。另一方面,能见度和透明度原则并没有促进从所有权集中或多元化角度对媒体状况的讨论,这表明该原则作为媒体所有权的主要政策是不充分的。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
A Transparência Como Dimensão da Qualidade: A Propriedade dos Média e os Desafios da (In)visibilidade
O princípio da transparência tem sido considerado como uma resposta política consensual às preocupações com a falta de pluralismo e de confiança no jornalismo. De caráter multidimensional, a transparência relativa à propriedade é uma das exigências legais mais correntes. O foco nos “donos” dos média não é recente, dado o impacto que a propriedade pode ter nos conteúdos produzidos. A propriedade é, por isso, considerada essencial quando se avalia a qualidade no jornalismo. Em Portugal, a propriedade dos média é sujeita a regras de transparência, que implicam a divulgação de informação sobre a estrutura empresarial e dados financeiros, cabendo à Entidade Reguladora para a Comunicação Social monitorar o seu cumprimento. O modo como as empresas de média em Portugal têm respondido às novas exigências legais não tem sido investigado, apesar de essa análise poder contribuir para se compreender os desafios que se levantam ao exercício de um jornalismo independente e plural. O objetivo deste estudo é assim perceber de que modo o princípio da transparência dos média tem sido recebido pelo mercado em Portugal, averiguando os incumprimentos e as objeções levantadas à divulgação da informação requerida. Esta análise, realizada a partir das deliberações da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, evidencia o papel central da escala na adequação ao novo enquadramento legal: os incumprimentos declarativos ou pedidos de sigilo partem sobretudo das empresas de menor dimensão, detentoras de média locais ou de revistas especializadas. Ainda, a informação de caráter financeiro é a mais crítica. Estes dados apontam para fragilidades a nível financeiro, o que pode levantar dúvidas relativamente à independência dos média face a agentes externos. Por outro lado, o princípio da visibilidade da transparência não contribuiu para a discussão sobre o cenário mediático em matéria de concentração da propriedade ou de pluralismo, o que demonstra a insuficiência deste princípio como principal política relativa à propriedade dos média.
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