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A “Língua neutra” nas dinâmicas normativas do português e do espanhol
Ao comparar as dinâmicas normativas do português e do castelhano, comprovamos que existem diferenças consideráveis no desenvolvimento histórico de seus espaços linguísticos e dos modelos de gestão da norma-padrão. Enquanto empresas de comunicação fazem uso do conceito de “espanhol neutro”, como estratégia para ampliar mercados, e instituições internacionais como a ASALE elaboram instrumentos que dizem descrever um español total, as condições históricas que provocaram a constituição de dois grandes centros normativos do português, em Portugal e no Brasil, fazem que a própria ideação de um “português neutro” pareça impossível. À falta de uma política de gestão ampliada da língua por parte de Portugal, junta-se no caso do português a precária constituição de um mercado linguístico internacional, com a desigual circulação de bens culturais entre seus principais centros normativos. A comparação de ambas as dinâmicas permite compreender as condições materiais que fundamentam uma ideologia de língua unida, no caso do espanhol, e por outro lado produzem uma ideologia da divisão linguística no caso do português.