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Deslocamentos e persistências da memória: uma leitura dos depoimentos do goalkeeper Marcos Carneiro de Mendonça ao Museu da Imagem e do Som (1967-1982)
Em um intervalo de quinze anos, o ex-goleiro Marcos Carneiro de Mendonça (1894-1988) prestou dois depoimentos ao Museu da Imagem e do Som, em suas matrizes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Ícone do chamado amadorismo na história do futebol brasileiro, tendo sido goleiro do Fluminense durante a belle époque, ídolo da seleção e protagonista do primeiro título sul-americano da modalidade em 1919, a trajetória de Marcos é alvo recorrente de interesse acadêmico entre os historiadores e pesquisadores, seja em seus aspectos biográficos e imagéticos, seja nos arquivísticos. Neste artigo revisita-se a construção da persona e do significado do atleta, enfatizando menos sua biografia, suas imagens e seu conhecido álbum de recortes, depositado na Biblioteca Nacional, e mais esses dois relatos orais. A finalidade precípua é tomar os dois depoimentos em conjunto, como se se tratasse do mesmo testemunho, dilatado no tempo, com vistas a identificar suas continuidades e descontinuidades. Reutilizar essa fonte sonora dá subsídios para entender as estratégias dos entrevistadores na assunção do passado e, em contrapartida, permite compreender como o próprio depoente constrói o pioneirismo de sua figura desportista e direciona os episódios e os aspectos da técnica futebolística, especialmente os da posição de goleiro, que considera dignos de rememoração, em consonância com o período histórico e com o espaço institucional em que as entrevistas foram concedidas.