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Teorias da conspiração sobre vacinas contra o Coronavírus
Com base na Análise do Discurso (AD), propomos um estudo de teorias da conspiração sobre vacinas contra o Coronavírus, difundidas na rede social Facebook no contexto da pandemia da Covid-19. O objetivo geral é compreender como se dá o funcionamento da linguagem nesse objeto e estabelecer algumas das suas especificidades e regularidades. Para isso, mobilizamos o conceito de semântica global, de Dominique Maingueneau ([1984] 2021). Centramos as análises no plano discursivo dos temas de quatro enunciados, coletados em comunidades públicas da plataforma. Partimos da hipótese de que o discurso conspiratório aspira à mesma função social do discurso da grande mídia, ao pretender estabelecer uma dada compreensão da realidade. Nas análises, estabelecemos três semas reivindicados pela formação discursiva conspiratória – holismo, intencionalidade e individualidade. No plano discursivo dos temas, o holismo opera um nível de integração macro, estabelecendo relação direta entre tudo e todos, o que resulta em uma estrutura fractária. A intencionalidade rejeita a coincidência como instância capaz de influir na realidade – sob a coação desse sema, o discurso conspiratório estabelece relações de causalidade entre uma vasta gama de acontecimentos. Em um tema imposto ao campo midiático – o da fonte, a individualidade coage o discurso a privilegiar fontes individuais e anônimas.